Mais da metade da população da cidade está acima do peso, diz pesquisa.
Médico aponta questão cultural alimentar e falta de exercício como causas.
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por salgados e massas, associada à falta de exercício, contribui para
aumento de pessoas com sobrepeso (Foto: Katherine Coutinho / G1)
Sobrepeso atinge mais da metade da população do Recife(Foto: Katherine Coutinho / G1)
O levantamento ainda revela que frutas e hortaliças vêm sendo deixadas de lado pela população, com apenas 19,3% tendo ingerido as cinco porções diárias recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). “É mais barata e prática a alimentação mais calórica. Se você tem acesso pleno ao alimento, você não come tão errado, quanto aqueles que têm acesso restrito”, acredita o médico.
José Aureliano não resiste a uma galinha com cuscuz nocafé da manhã (Foto: Katherine Coutinho / G1)
Quem também não resiste a um prato de macaxeira, bode guizado e outras comidas típicas é o administrador de empresas Herbert Alexandre, 63 anos. Atleta durante a juventude, manteve a alimentação calórica, mesmo com a diminuição de exercícios físicos ao passar dos anos. “A gente nem sempre se policia de diminuir o que come. Eu sei que estou acima do peso, a falta do exercício contribui. Fui criado com essa alimentação rica, você não consegue simplesmente deixar”, conta.
A diminuição do exercício físico, com a substituição de caminhadas por percursos feitos de carro ou motocicleta, também aparece como fator contribuinte para o aumento do número de pessoas com excesso de peso. O estudo aponta que apenas 31,7% da população da capital pratica atividade física nos horários livres. “O estilo de vida como um todo, como a falta cada vez maior de atividade física somada a uma alimentação cada vez mais desregrada, você vê pessoas acima do peso que podem ser tornar obesos se não houver uma mudança de atitude”, alerta Cavalcanti.
Ana Patrícia diz que falta tempo para comer e fazer exercício(Foto: Katherine Coutinho / G1)
A ex-agente de saúde Maria Betânia Marques, 46 anos, sempre esteve entre os considerados ‘gordinhos’. “Eu tinha cinturinha até, perna grossa, rosto bonito”, recorda. Com 1,48 m de altura, ela chegou a pesar 130 quilos e acabou perdendo o emprego por levar mais tempo que os outros profissionais para cumprir as rotas de inspeção. “Ninguém entendia, era aquela coisa de ‘a gorda atrapalha a gente’. Você se sente descriminado”, lamenta.
Atualmente com 118 quilos, Maria Betânia está na fila para fazer a cirurgia de obesidade. “Eu estou me cuidando. Acabei desenvolvendo diabetes, pressão alta, sinto dor nas pernas. As pessoas precisam reconhecer que o sobrepeso é um problema e que as pessoas precisam de ajuda sim, o quanto antes. É horrível você explicar o que você sente e ninguém acreditar”, conta.
Maria Betânia afirma que não consegue se olhar noespelho (Foto: Katherine Coutinho / G1)
Já a estudante Beatriz dos Santos, 20, já se vê com dificuldade de grandes caminhadas. Está com cirurgia de redução do estômago marcada. “O que mais me incomoda é não encontrar roupa, mas estou fazendo isso principalmente por causa da minha saúde. Estou preocupada com o meu futuro, quero ser bióloga, trabalhar em um zoológico, reserva florestal”, diz. Para isso, sabe, precisa mudar de vida. “Sempre fui apaixonada por doces, sei que é uma mudança de atitude, de vida mesmo. Estou disposta a ter uma vida mais saudável”, acrescenta.
Beatriz está disposta a mudar de vida para conseguiremagrecer (Foto: Katherine Coutinho / G1)
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