MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 2 de outubro de 2011

Animais são conduzidos sem rédeas em show de equitação na Alemanha

 

O adestramento livre dos cavalos é a grande atração do maior encontro de raças de cavalo, na Europa.
Veja a última parte da série de reportagens sobre a Equitana.

Do Globo Rural
O grande show da Equitana é um espetáculo ininterrupto de quase quatro horas de duração, uma mistura de circo com teatro.
Existem representações de cavaleiros medievais e grandes sessões de acrobacias. Mas o que encanta os sete mil expectadores que lotam a grande arena da Equitana é a apresentação dos mestres que fazem do exercício da
equitação uma obra de arte.
Eles dispensam tudo: sela, arreio, cabresto, bridão e freio. Conduzem os cavalos com o chamado adestramento em liberdade, onde cavalo e treinador entram em uma grande sincronia.
Entre estes mestres está Frédèric Pignon. Em entrevista ao repórter Nélson Araújo, ele explica como controla os cavalos. “Eu penso que essa mágica vem do elo de amizade e respeito que procuro manter com eles. Você não vê porque isso é energia. Quando faço um gesto solicitando alguma coisa e o animal responde, pode até parecer mágica. Mas, na verdade, tem muito, mais
muito trabalho mesmo por trás disso”.
Pignon explica como cria as apresentações. “Eu procuro seguir o que os cavalos gostam de fazer. É como num quebra-cabeças. E aí vou encaixando os números. Mas, repito: é tudo fruto de muito trabalho e da abordagem que faço: no adestramento em liberdade, é importante que os cavalos se sintam livres para que possam expressar o que sentem”.
O adestrador observa que um cavalo triste, infeliz, desconfortável ou que esteja sentindo medo não consegue realizar essas coisas. Lembra que entre o
focinho e os olhos, o animal tem glândulas que exalam cheiros específicos quando a situação não está boa. “Treinar cavalos é como tirar alguém pra dançar. Tem que haver aceitação, confiança e entrega. Se não, não dá certo”.
A grande estrela do show da Equitana é outro francês, mas que tem um nome artístico italiano: ‘Lorenzo, o cavaleiro que voa’. “Minha mãe tinha uma pousada no sul da França, quase fronteira com a Itália. Recebíamos muitos turistas italianos. Em vez de me chamarem de Laurent, que é meu nome, falavam Lorenzo. Adotei como nome artístico”, conta.
Lorenzo é um fenômeno de popularidade na Europa. Já foi feito até um filme sobre ele – “O homem livre” - que conta como sua tropa é treinada nos pantanais do sul da França, onde ele conviveu e convive ainda com cavalos selvagens da área de Camarga. Foi vendo shows de rodeios e montando os cavalos camargos que Lorenzo, desde os seis anos, descobriu o dom que tinha. “De uns anos pra cá, passei a trabalhar só com cavalos lusitanos. Vou a Portugal escolhê-los. São mais altos e, devo dizer, mais inteligentes”.
Lorenzo conta que pratica longas caminhas com os cavalos. “O que eu faço
é ficar com eles, sair com eles. Eles adoram caminhar. Quando vejo
que estão gostando, começo a exercitar as formações”.
Na arena da Equitana ele consegue fazer uma formação de 12 animais. Tendo como instrumentos apenas a voz e uma varinha, ele posiciona a tropa. Faz cada um achar o seu lugar e com um gesto quase imperceptível, faz o grupo todo rodar no sentido horário.
Apesar dos 32 anos de idade, Lorenzo já 20 de carreira. É admirado pelos mestres do cavalo pela capacidade que tem de desenvolver uma cenografia equestre única no mundo.

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