BLOG ORLANDO TAMBOSI
Disfarçados de defensores da pluralidade, são no fundo impositores de uma ideologia totalitária quando dizem que a identidade de gênero é apenas uma construção social. Alberto Veronesi e Marco Veronesi para o Observador:
Há quase dois anos, a 9 de julho de 2021, aqui
no Observador, escreveu-se sobre a Lei n.º 38/2018 de 7 de Agosto –
“Direito à autodeterminação da identidade de género e expressão de
género e à proteção das características sexuais de cada pessoa”.
Essa
lei, e o seu tema, foram propositadamente tratados para passarem
despercebidos à maioria dos cidadãos comuns. Pouco ou mesmo nada se
ouviu ou discutiu publicamente, quer nos media, quer nas escolas. No
entanto, no ano seguinte, 2019, novamente em plenas férias letivas, saiu
o Despacho n.º 7247/2019 que estabeleceu “as medidas administrativas
para implementação do previsto no n.º 1 do artigo 12.º da Lei n.º
38/2018, de 7 de agosto”.
Também não houve comentários públicos sobre o assunto, tudo passou pelos pingos da chuva. Propositadamente.
Ainda
no passado dia 17 de maio foram apresentadas e discutidas, na
Assembleia da República, as propostas de Projetos de Lei do PS, L, IL e
PAN. Sobre isto, houve algum órgão de comunicação social que tenha
noticiado?
Vimos
por estes dias luzes da bandeira LGBT+ na fachada Assembleia da
República e até na da Câmara Municipal de Lisboa. Será que não há quem
estranhe tal cedência à ditadura da minoria? O que se deseja não é
respeito? A quem serve esta agenda ideológica?
Como disse Helena Matos,
“não duvido que a esmagadora maioria dos portugueses rejeita o que está
a acontecer com as crianças nas escolas no âmbito da chamada
autodeterminação de género, mas cala-se. Então porquê o silêncio? Porque
é muito mais difícil ser tratado como herege do que como opositor.”
Também não duvidamos que assim seja, por isso mesmo recomendamos ler o texto “A coragem, o colibri e o comodismo”.
Mas, uma
vez que o projeto de lei do PS que estabelece as medidas a serem
adotadas nas escolas relativas à autodeterminação de género foi aprovado,
parece-nos útil esclarecer e trazer a debate um tema tão fraturante que
está a ser introduzido em forma de doutrinação nas escolas estatais
portuguesas, sem que a maioria dos pais se apercebam. Para além disso
estão previstas verbas próprias para os comissários de género. Ou seja,
uma escola onde nem sempre há papel higiénico, que sofre com a falta de
verbas para, por exemplo, dar cumprimento ao designado no Decreto-Lei
54/2018, verá ser aprovada uma verba especificamente para a doutrinação
das crianças. Ilógico, mas propositado. Faz parte dos desígnios dos que
se consideram moralmente superiores, tolerantes de cinco estrelas, que
ainda assim atacam todo e qualquer um que se oponha, como aconteceu com a
família Mesquita Guimarães.
A
ideologia de género tem sido um tema controverso nos últimos anos,
especialmente quando se trata do seu impacto nas escolas e na saúde
mental das crianças e jovens. Em Portugal, essa discussão tem sido,
propositadamente, afastada do debate público, mas ainda assim são muitos
os autores e psicólogos que têm alertado para os perigos que essa
ideologia pode trazer.
Parece-nos
importante esclarecer o que é a ideologia de género. Esse termo
refere-se à ideia de que as diferenças de género são apenas construções
sociais e culturais e não algo biológico e natural. Ou seja, acredita-se
que as pessoas nascem sem um género definido e que são apenas
influenciadas pelas normas e expectativas sociais em relação ao que é
ser homem ou mulher.
O
problema com essa ideologia é que ela ignora as diferenças biológicas
entre homens e mulheres e nega a importância do sexo biológico na
formação da identidade de género.
Essa
abordagem nega a importância da biologia e das diferenças individuais
na formação da identidade de género. Por essa razão, somos contra a
ideologia de género nas escolas, pois consideramos que essa ideologia é
uma ameaça à liberdade e à diversidade de opiniões nas escolas.
Disfarçados de defensores da pluralidade, são no fundo impositores de
uma ideologia totalitária, quando dizem que a identidade de género é
apenas uma construção social, que procura impor uma visão única sobre o
mundo.
Os
perigos da ideologia de género nas escolas vão além da formação da
identidade de género das crianças. Essa abordagem também pode ter um
impacto negativo na saúde mental das crianças e jovens e por vezes levar ao suicídio.
Um
estudo publicado na revista científica The New Atlantis, que analisou a
literatura científica sobre o assunto, concluiu que não há evidências
científicas que comprovem a eficácia da ideologia de género nas escolas.
Além disso, o estudo alertou para o facto de que essa abordagem pode
levar a confusão, ansiedade, depressão e outros problemas de saúde
mental nas crianças e jovens.
Convém
por isso lembrar que a escola tem um papel fundamental na promoção da
igualdade de género e no combate à discriminação e à violência de
género. Mas isso não significa que deva ser promovida a ideologia de
género. Ao contrário, é possível promover a igualdade de género de uma
forma que respeite a individualidade de cada criança e jovem e que não
negue a importância da biologia e das diferenças individuais na formação
da identidade de género.
Para
isso, é necessário que os professores e especialistas em saúde mental
estejam abertos ao diálogo e à reflexão sobre esse tema. É importante
ouvir diferentes perspetivas e opiniões e definir uma abordagem que
respeite a individualidade de cada criança e jovem, que promova a
igualdade de género de forma saudável e respeitosa. Para quem ainda tem
dúvidas sobre as intenções desta agenda ideológica, relatamos aquilo que
se passa também em Itália, cuja similaridade com o que se passa em
Portugal não pode ser considerada coincidência.
No
dia 17 de maio, em Itália, celebrou-se a Jornada contra a homofobia.
Esta jornada foi o ideal para, mais uma vez, promover a introdução da
ideologia de género nas escolas italianas através de centenas de
iniciativas, pagas com o dinheiro dos contribuintes italianos, e levadas
a cabo pelas intocáveis associações LGBT+.
É
simplesmente impressionante, e ao mesmo tempo assustador, a quantidade
de iniciativas deste género – obviamente com apoios políticos muito bem
definidos – realizadas nas escolas italianas e portuguesas muitíssimas
vezes sem que os próprios pais o saibam e levadas a cabo por associações
como a omnipresente ArciGay, em Itália, ou a rede ex aequo, Portugal,
com a desculpa do combate à discriminação e ao bullying (e dizendo que
existe uma emergência nacional de violência contra as pessoas LGBT+),
tese que peca por não ser provada com dados estatísticos credíveis. A
pressão é tão grande que, por exemplo, a Câmara Municipal de Roma
obrigou o pessoal docente a frequentar um curso que promovia a teoria de
género. Quando veremos isto cá por Portugal?
Em
Itália, como cá, o que mais tem suscitado polémica é a nova moda das
casas de banho “neutras”, assim como a possibilidade que a escola dá aos
alunos de serem chamados segundo a perceção de si próprios, portanto
uma menina que se sente menino ou uma jovem que se sente rapaz tem que
ser chamada com o pronome e o nome masculino que escolheu, mesmo sendo
ainda contrário à lei italiana. No caso português, a lei está a ser
alterada para levar a cabo esta ideologia.
Infelizmente,
o que vemos é que esta ideologia é apoiada por muitos professores – e a
força da lobby LGTB é tão grande que, por exemplo, em Itália são já 200
as escolas que consentem aos alunos a possibilidade de mudar de nome. E
esta “moda” está a impor-se um pouco por todo o ‘Ocidente’,
contaminando até países considerados socialmente mais conservadores,
como a Itália e Portugal. E quem tenta opor-se à “escola progressista
woke” e ao pensamento único genderista-homosexualista e à neo-língua tem
direito a ‘tratamento especial’: discriminação, processos, acusações de
descriminação, despedimento. A fúria ideológica do progressismo é
violenta, fascista e não poupa ninguém: docentes universitários,
empresários, jornalistas, professores, simples cidadãos. Por exemplo, no Canadá até um pai foi preso por se ter recusado identificar a filha com o pronome masculino. Tudo em nome da inclusão (e da tolerância)!
Contra
este perigo, apesar de termos à nossa frente um lobby potente,
violento, sem escrúpulos e de facto fascista nos seus métodos e disposto
a tudo para levar a cabo a sua agenda e o próprio programa, há que
fazer frente comum, pois felizmente há ainda muitos profissionais e
muitos pais e cidadãos de bom-senso: o caminho a seguir é informar-se,
informar, sensibilizar, consciencializar, debater e tentar abrir brechas
na verdadeira ditadura do Pensamento Único, que reina nos media, nas
instituições, nas escolas. Para o bem dos nossos filhos.
Postado há 1 week ago por Orlando Tambosi
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