A moda sem gênero abraça a pluralidade das pessoas e se liberta dos padrões da sociedade
Em
alguma geração antepassada, nossa sociedade foi segmentada em papéis de
gênero, que impactaram ativamente na nossa liberdade de expressão ao se
vestir. No entanto, na atualidade, as pessoas se mostram cada vez mais
confortáveis em lidar com uma perspectiva menos sólida da moda,
atrelando-se ao movimento genderless, ou, agênero.
Nesse
movimento, a sociedade se desapega da ideia que a roupa é parte da
determinação de gênero e passa a atrelá-la a essência de cada um,
usando-a apenas como liberdade de expressão e quebrando as barreiras
impostas anteriormente. Mas, para o Influenciador Dante Olivier, que é
um homem trans, isso já é claro. "Qualquer roupa é unissex, qualquer um
pode vestir o que quiser. Tecidos e acessórios não tem gênero - a
sociedade que criou isso. Cada vez mais precisamos entender que roupa é
roupa e criamos o nosso estilo com o que comunicar melhor o que somos".
Para
ele, a descoberta do próprio estilo é um caminho de autoconhecimento e
exploração da própria identidade que a gente passa desde cedo na
adolescência e segue se renovando ao longo da vida. "Aos poucos fui
entendendo que a moda era uma expressão artística, uma comunicação com o
mundo e dentre as muitas artes que já mergulhei a moda é a mais
recente", conta.
Passo a passo
O
influenciador conta que o primeiro passo é entender a ocasião. "Onde
vou, quem vou encontrar, o que quero comunicar inconscientemente e
conscientemente para essas pessoas…Aí, atrelo isso ao meu estado de
espírito, humor e a compreensão de quanto tempo vou ficar fora de casa,
porque conforto é importante", brinca.
Já
o segundo passo é simples: vista-se da forma que se sentir melhor.
Apesar de algumas peças coringas fazerem parte do guarda-roupa de
qualquer um, adaptar-se a uma moda diferente da sua não é sempre o
trabalho mais fácil do mundo. "Se a proposta é adicionar peças do
guarda-roupa de um gênero oposto ao da pessoa, tento sempre começar
devagar, com peças mais simples que não causem estranhamento nela, para
que ela vá assimilando, afinal, a gente sabe como é ruim sair de casa e
se sentir mal com o próprio look no meio do evento".
Para
ele, a moda é um território divertido de experimentação e de
autoconhecimento. "Tenho muita preguiça de regras de gênero como um
todo, se já transgredi o gênero com a minha transição, porque vou ceder a
essas regras agora?", questiona.
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