Rio de Janeiro, 22 de agosto de 2024 - A necessidade de criação e implementação de um Plano Nacional de Mudança Climática que integre as questões sociais - sobretudo dos grupos mais vulneráveis - e ambientais nas políticas de descarbonização da economia é uma das propostas defendidas pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e movimentos sociais que participaram na última terça-feira, 20, do Encontro Preparatório da Cúpula Social do G20, realizado na Fundição Progresso, no Rio de Janeiro.
As
sugestões serão incluídas em um texto base, que ficará disponível na
plataforma G20 Social, aberta a ideias e considerações da sociedade, e
que serão encaminhadas à Cúpula Social do G20 (fórum internacional de
cooperação econômica que reúne 19 países e a União Europeia).
As propostas defendidas pela FUP e movimentos populares refletem uma visão de sustentabilidade que integra justiça social, proteção ambiental e a participação ativa das comunidades locais. “O objetivo é influenciar a agenda global do G20 para uma governança mais inclusiva e sustentável”, destaca o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar .
Abaixo, algumas das sugestões:
Financiamento Climático:
os países do G20 devem liderar um processo para aumentar compromissos
de financiamento climático, com recursos novos e adicionais,
direcionados especialmente para os países em desenvolvimento mais
vulneráveis às mudanças climáticas.
Inteligência Artificial e Dados: criação de um sistema nacional de dados ambientais, com dados públicos e privados, que dialogue entre os níveis nacional e local, promovendo a geração cidadã de dados reconhecida pelo estado.
Transição Energética Justa:
o G20 deve promover o acesso universal e equitativo à energia limpa,
com geração descentralizada e distribuída. Recomendaram salvaguardas
para proteger ecossistemas e comunidades locais, incluindo uma moratória
global para petróleo e gás.
Proteção da Biodiversidade Costeira: transição energética justa para o setor pesqueiro artesanal, com bloqueio de usinas eólicas offshore que impactam a biodiversidade e as comunidades tradicionais.
Participação Social: transição justa com ampla participação social, incluindo sindicatos e associações.
Agroecologia e Proteção Florestal:
transição agroecológica, com desinvestimento em atividades que destroem
a floresta e redirecionamento de investimentos para alternativas que
garantam a proteção florestal e a demarcação de territórios indígenas.
As contribuições debatidas no encontro serão sistematizadas em relatórios, que serão posteriormente consolidados em um documento final que servirá de base para as discussões para a Cúpula Social do G20, marcada para os dias 14 a 16 de novembro.
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