A enorme polêmica gerada pelo comercial do BRADESCO,.onde três lindas “influencers” apareceram num vídeo aconselhando as pessoas a reduzirem o consumo de carne vermelha,mediante seu “corte” por um dia durante a dieta semanal,causou repercussão negativa entre os frigoríficos e pecuaristas,que ameaçaram “secar” as suas milionárias contas,operações e investimentos no referido banco.
Foi o que bastou para os banqueiros ordenarem às pressas a retirada desse comercial do ar e repassarem a culpa,”covardemente”,a terceiros,ao seu departamento de “marketing”,como se eles não tivessem nada a ver com essa história. Em suma: tiraram o corpo fora.
Mas os banqueiros também acertaram sem querer. O referido comercial contém de fato duas verdades. Uma é que os animais ruminantes,como o gado bovino,realmente é um dos responsáveis pelo “metano” (CH4),aquele gás gerado no estômago dos mamíferos ruminantes devido à fermentação das gramídeas pastadas pelo animal que, ao lado do “gás carbônico”(CO2),são fontes diferentes do “efeito estufa”.
E se os brasileiros reduzissem em 1/7 o consumo de carne vermelha,como sugerem as ditas “influencers”,em nome dos banqueiros,no que resultaria? Mas deve ser considerado que a importância da pecuária no aquecimento do planeta não tem a dimensão que muitos “ambientalistas” querem lhe emprestar.
Enquanto isso os veículos movidos à combustão são duplamente nocivos ao meio ambiente e à saúde humana. Seus escapamentos não apenas favorecem o efeito estufa,pelo gás carbônico que expelem,como poluem a atmosfera com óxido de nitrogênio e enxofre,mais a fumaça preta que envenena os pulmões e o monóxido de carbono que mata.
Mas há um”pequeno”detalhe que não pode ser esquecido. Tanto o arroto do gado bovino,quanto a “flutuência” do ser humano,expelem metano que causa o efeito estufa. O arroto dos animais é bem pior. Mas a “flutuência” humana não é desprezível. Alguns acusam o “feijão”de ser um dos maiores responsáveis pelo “pum” humano,portanto pelo efeito estufa,e já houve no Reino Unido quem sugerisse reduzir o consumo desse grão para que se evitasse “a desgraça ecológica do planeta”.
Por que o Bradesco não manda as suas “influencers” fazerem uma campanha de eliminação ou redução do feijão na dieta? Por que o Bradesco não faz uma campanha contra os automóveis,e as suas fábricas,que poluem cem vezes mais? Por que o Bradesco não faz uma campanha de métodos eficientes para reduzir a “flutuência” humana? Por que o Bradesco culpa só os bois e não as pessoas pelo efeito estufa e aquecimento global?
Não há qualquer duvida que os bois e vacas causam muito mais efeito estufa que os humanos. Mas a população mundial é de cerca de 7,4 bilhões de habitantes,todos ”flutuenciando”,em maior ou menor “escala”,enquanto a “população” bovina está em cerca de 1 bilhão de cabeças,”arrotando”, nos rebanhos somados de todo o mundo. Quem polui mais?
Mas onde o Bradesco acertou sem querer na sugestão de redução do consumo de carne vermelha está no aspecto do prejuízo à saúde causado pelo excesso de consumo dessa carne,o que é quase uma unanimidade entre os médicos.
Sérgio Alves de Oliveira
Advogado e Sociólogo
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