MEDIÇÃO DE TERRA

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domingo, 14 de novembro de 2021

Ministro do Meio Ambiente não sabia sobre o desmatamento da Amazônia em outubro

 


Incrível a desinformação  demonstrada pelo ministro Joaquim Leite

Pedro do Coutto

Sem dúvida é impressionante a desinformação demonstrada pelo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, revelada durante encontro com jornalistas em Glasgow, na Escócia, no final da tarde de sexta-feira. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais havia informado dois dias antes que o desmatamento ocorrido em outubro na Amazônia atingiu 877 quilômetros quadrados de florestas, o maior número mensal desde que o levantamento começou a ser feito em 2016.

O número contradiz  a posição do governo Jair Bolsonaro que, na reunião da COP-26, que trata de mudanças climáticas, afirmou que o desmatamento estava sendo combatido, contraído e o patrulhamento realizado. Reportagem de Ana Estela de Sousa Pinto, Folha de S. Paulo, focalizou amplamente o que ocorreu no final da reunião de sexta-feira.

ENCONTRO – O ministro Joaquim Leite, inclusive, que, quando voltar a Brasília, marcará um encontro com o ministro da Justiça, Anderson Torres, para que ele explique melhor o andamento das ações que coordena depois que dados divulgados mostraram um aumento do desmatamento na Amazônia Legal.

Incrível a desinformação demonstrada pelo ministro Joaquim Leite, acentuando uma característica do governo Jair Bolsonaro que é o desconhecimento dos problemas nacionais. O ministro, contraditoriamente, afirmou que viaja todas as semanas para a Amazônia para acompanhar o combate ao desmatamento realizado pela Força Nacional do Ministério da Justiça.

Acrescentou ainda que os desafios relativos ao clima convergem para um desafio global, não se restringindo a um país referindo-se indiretamente ao Brasil. O ministro Joaquim Leite participou da entrevista tendo ao fundo painéis da Confederação Nacional da Indústria e da Confederação Nacional da Agricultura, e elogiou o apoio das duas entidades empresariais.

PROTESTOS – Nas ruas de Glasgow, principalmente no sábado, quando a COP-26 revelou o documento final da Conferência, um grande número de pessoas, sobretudo jovens, caminharam ostentando cartazes contra a falta de providências quanto ao combate ao desmatamento e pedindo providências contra os combustíveis fósseis, caso do carvão e do petróleo, poluindo o presente e colocando sob grande risco o futuro da humanidade.

Este ângulo da questão foi muito bem destacado pela repórter Ana Rosa Alves, O Globo de ontem. Como se constata, a participação brasileira na questão do clima foi um desastre. Não tem cabimento o ministro da pasta revelar-se desinformado sobre uma situação de tal importância. A desinformação tem sido uma característica do atual governo do país.

ENERGIA ELÉTRICA – Reportagem de Manoel Ventura, O Globo de sábado, anuncia que, de acordo com a Aneel, as tarefas de energia elétrica vão subir 21% a partir de janeiro de 2022, o maior aumento anual dos últimos sete anos. Equivale, digo, ao dobro da inflação calculada pelo IBGE para os últimos doze meses.

As contas de luz são reajustadas anualmente e variam conforme a distribuidora de energia. A principal causa do aumento apontado pela Aneel está nas medidas tomadas pelo governo para garantir o abastecimento de energia elétrica. Enquanto isso, os salários permanecem congelados. Um desafio que se evidencia a cada dia é como os assalariados brasileiros poderão pagar seus compromissos mensais.

INGRESSOS NAS ALTURAS –  No intervalo do jogo Brasil e Colômbia, Galvão Bueno criticou o preço cobrado pela CBF pelas entradas do público, sobretudo numa época de dificuldades para a população. O problema foi destacado pelo baixo número de espectadores nas arquibancadas. Galvão Bueno destacou que o preço mínimo era de R$ 300, excessivo para o poder aquisitivo da grande maioria da população. Impressionante esse preço, acrescento.

Vale destacar que os jogos tiveram ingressos de até R$ 1000, dependendo da localização dos estádios. É praticamente o salário mínimo do país, sendo que mais de 50% dos que trabalham têm a sua remuneração entre uma a 2,5 salários mínimos.

GLOBO DESTACA A F1 – Na edição de sábado, O Globo publicou reportagem de página inteira assinada por Giulia Costa, Maurício Xavier e Tatiana Furtado, sobre a corrida de Fórmula 1, às 14h de hoje, domingo, no autódromo paulista de Interlagos. A reportagem focaliza mudanças de estratégia de corredores , sobretudo ao que se refere a mais um confronto entre Hamilton e Verstappen, candidatos ao título mundial.

O jornalismo, a exemplo do que aconteceu há uma semana, deu mais uma lição de ir ao encontro do interesse público, pois a F1 é um motivo de interesse de uma parcela da opinião pública. A reportagem, de outro lado, contribui para ampliar a audiência da Band no horário e deixa no ar, talvez a tendência de na próxima temporada a TV Globo voltar a adquirir o direito de transmissão.

VICE DE LULA – Num encontro para vídeo promovido pelo ex-governador de São Paulo Márcio França, Geraldo Alckmin admitiu a possibilidade de aceitar uma ideia  evidentemente transmitida por Lula da Silva para que seja o seu candidato a vice-presidente na disputa de 2022. Não deu como certa tal perspectiva, mas só o fato de tê-la admitido significa uma tendência de apoio à candidatura do ex-presidente da República.

Alckmin está mudando de partido no momento, afastando-se do PSDB cujo candidato está entre Eduardo Leite e João Doria. O apoio de Alckmin a Lula é importante, tanto política quanto eleitoralmente. Quanto ao apoio político, ele vem reforçar uma identidade e uma união de Lula com a posição de centro do país, reduzindo em consequência a conotação esquerdista que envolve o seu nome. De qualquer forma, Alckmin acrescenta a ele substancial parte dos eleitores de São Paulo, maior colégio eleitoral do Brasil.

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