MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Eduardo Bolsonaro traça estratégia para baratear armas no Brasil


Eduardo Bolsonaro aproveitou a eleição do pai como presidente da República para mudar o rumo da carreira de deputado federal

Tribuna da Bahia, Salvador
27/01/2020 10:35 | Atualizado há 1 hora e 13 minutos
   
Foto: Reprodução / Google Imagens

Originário da "bancada da bala", Eduardo Bolsonaro aproveitou a eleição do pai como presidente da República para mudar o rumo da carreira de deputado federal e mergulhar em temas ligados a relações internacionais.
A partir de 2019, depois de quatro anos como titular em comissões "domésticas" ligadas a segurança, direitos humanos e educação, o deputado estreou como titular na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (Credn) da Câmara já como presidente. Também assumiu posto na subcomissão que debate a crise na Venezuela.
O objetivo da virada ficou mais claro com o tempo: Eduardo queria ser embaixador do Brasil nos EUA, tinha o aval do pai e do chanceler Ernesto Araújo.
Mas, depois enfrentar dura resistência no Senado e ter o currículo questionado dentro e fora do Itamaraty, o filho do presidente parece agora estar voltando às origens. Em entrevista exclusiva à BBC News Brasil, em Nova Déli, onde acompanha o pai em viagem oficial à Índia, Eduardo conta que vai deixar a comissão dedicada a temas estrangeiros para se dedicar à democratização do acesso às armas no Brasil — um dos temas mais seminais da bancada da bala.
O parlamentar tem conversado com gigantes estrangeiras do mundo dos armamentos e munições, como a alemã SIG Sauer e a italiana Beretta, e quer ajudá-las a abrirem filiais no Brasil. Outras empresas do setor, como a austríaca Glock e a americana Smith & Wesson também estariam interessadas em investir no país.
O objetivo, diz, é "gerar empregos no Brasil, abrindo finalmente uma concorrência nesse setor, que hoje é dominado pela CBC/Taurus" — empresa privada que é alvo de críticas por dominar o setor e ter forte lobby junto a parlamentares, militares e forças de segurança.
Eduardo também quer tentar simplificar o acesso a licenças para atiradores e caçadores. "Tudo hoje está caminhando para ser feito através de aplicativo e internet."
A reportagem lembra o deputado do enorme volume de assassinatos com armas de fogo no Brasil. Segundo o Atlas da Violência 2019, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o país tem mais de 65 mil homicídios por ano. Pessoas negras são vítimas de 75,5% dos crimes.
"Essa ideia de quanto mais armas, mais mortes, é totalmente falida. Quanto mais armas nas mãos dos criminosos, aí sim eu tenho certeza de que são mais mortos", afirma.
O parlamentar também comenta a polêmica envolvendo uma possível divisão do ministério da Segurança Pública e Justiça, comandado por Sergio Moro: "Foi sepultado".

Nenhum comentário:

Postar um comentário