Como o personagem de F. Scott Fitzgerald, o eterno candidato à
Presidência nasceu velho e vai chegando à primeira infância, caçoa Augusto Nunes:
Criado pelo escritor F. Scott Fitzgerald e interpretado no cinema por
Brad Pitt, Benjamin Button é um personagem que nasce com aparência de
octogenário e vai rejuvenescendo com o tempo. Passa pela maturidade,
alcança a adolescência, chega à infância, desaprende a falar e morre com
o frescor de quem acabou de vir ao mundo. Disso muita gente sabe. O que
ninguém parece ter percebido é que essa figura de ficção reencarnou no
Brasil com o nome de Ciro Ferreira Gomes.
Nascido no interior de São Paulo, o Benjamin Button já era um velho
coronel sertanejo quando pousou na casa dos ancestrais cearenses em
Sobral. As ideias também grisalhas o levaram a filiar-se ao PDS, o
partido que substituiu a Arena na sustentação do regime militar no
Legislativo. Deputado, prefeito de Fortaleza, governador e ministro de
Estado, mostrou que o homem de meia idade tinha pouco juízo.
Lembrou um quarentão desbocado ao qualificar a capital cearense de
"puteiro a céu aberto" e avisar que o papel da mulher de um concorrente à
Presidência da República era dormir com o candidato. Virou adolescente
desbocado quando comunicou à atriz Letícia Sabatella que quem faz
política tem de "meter a mão na merda". Molecagens recentes informam que
nosso Benjamin Button chegou à primeira infância e ruma em velocidade
vertiginosa para a temporada no berçário.
Antes de trocar a calça curta pela fralda, insultará meia dúzia de
desafetos, começando por FHC, Lula ou Jair Bolsonaro. E na última semana
de vida fará cara feia para a babá. Ou para um dos irmãos. Bebês de
colo são imprevisíveis.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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