MPF aciona governo por negar remédio a criança
JORNAL A REGIÃO
de apenas 5 anos, desrespeitando várias vezes a ordem da Justiça. O
Ministério Público Federal (MPF) voltou a denunciar o secretário de
Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, por descumprir a ordem da Justiça
Federal que determinava o fornecimento do medicamento para tratamento de
câncer da criança.
O MPF cita o descaso do agente público, nomeado pelo governador Rui
Costa (PT), com a situação da saúde do menor, bem como o risco à
credibilidade do Judiciário. A denúncia partiu de investigação com o
intuito de apurar os responsáveis pelo descumprimento de ordem judicial
da 6ª Vara Federal da Bahia.
Nela, foi deferida uma liminar determinando que a União e o Estado da
Bahia fornecessem o medicamento Erwinase à criança, portadora de
leucemia linfoide aguda. A decisão reconheceu o direito indisponível da
criança de acesso ao medicamento, que é de alto custo, sob risco de
vida.
Desobedientes
A justiça esclareceu ainda que o menino, por questões médicas, não
podia fazer uso de tratamento e remédios oferecidos pelo SUS aos
pacientes de mesma patologia. A resposta foi o não cumprimento da ordem
pelo estado da Bahia, representado por Fábio Vilas-Boas, e pela União,
representada pelo então Ministro da Saúde, Ricardo Barros
Em outubro de 2017, Fábio Vilas-Boas foi intimado pessoalmente para que
as providências determinadas por nova ordem judicial fossem cumpridas.
Essa decisão ordenava o fornecimento do medicamento ao paciente no prazo
de 5 dias. No entanto, novamente o secretário de Saúde não atendeu à
determinação judicial.
Para o MPF, o mandado de intimação recebido pessoalmente por Fábio
Vilas-Boas comprova a materialidade do crime de desobediência. Conforme a
denúncia apresentada pelo procurador Ronaldo Meira de Vasconcellos
Albo, "a gravidade do crime é enorme", pois coloca em risco a
credibilidade do Judiciário.
Pode até ser preso
“Consciente e deliberadamente desobedeceu à ordem judicial emanada,
oportunidade ainda que sequer se deu ao trabalho de justificar o
descumprimento da referida ordem judicial, mostrando (mais uma vez) o
descaso com o Poder Judiciário e uma vaidosa sensação de impunidade”,
manifesta o procurador.
Para o procurador, não restam dúvidas, devendo o denunciado responder
pelo crime de desobediência ou, caso o Tribunal Regional Federal da 1ª
Região (TRF1) entenda diferente, responder ainda pelo crime de perigo
para a vida ou saúde de outrem.
Face à gravidade dos fatos, o MPF requereu celeridade na análise da
denúncia e arrolou três testemunhas para serem ouvidas, sendo dois
juízes federais e o Diretor de Secretaria da 6ª Vara Federal da SJBA. A
denúncia aguarda recebimento pelo TRF1, tramitando sob o nº
0032076-82.2018.4.01.0000/BA. (Com Diário do Poder)
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