MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 11 de agosto de 2019

PCC cria núcleo para administrar imóveis e abrigar familiares de presos


É como um setor imobiliário. No Brasil, o PCC (Primeiro Comando da Capital) tem uma divisão responsável por providenciar locais nas cinco cidades do país com presídios federais para que familiares de integrantes da facção sejam bem recebidos. Entre os 30 alvos de mandados de prisão expedidos pela Operação Cravada, da PF (Polícia Federal), na última terça-feira (6), estão duas pessoas apontadas pela investigação como líderes do segmento “resumo das trancas federais.” De acordo com a PF, além de definir as locações das “casas de apoio”, este grupo ainda apoia integrantes presos com dinheiro, ajuda com advogado e transporte de familiares para visita.
O pesquisador do NEV-USP (Núcleo de Estudos da Violência da USP) e jornalista Bruno Paes Manso também afirmou que a criação do setor é uma novidade. “Nunca havia aparecido nem nos processos do PCC, nem nos organogramas”, disse. Os apontados como responsáveis pela administração de imóveis da organização são Juliana Baia de Oliveira, conhecida como Nicole, e Sebastião Gilberto Araújo Neto, conhecido como Cristian ou Israel. Segundo a PF, Juliana era a responsável, respondendo diretamente à cúpula do PCC, enquanto Araújo Neto era seu braço direito. Neto também é acusado de liderar a “função disciplinar” de membros da facção em liberdade no estado de Minas Gerais, observando e se necessário punindo desvios de conduta.
O promotor de Justiça do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do MP-SP (Ministério Público de São Paulo) Lincoln Gakiya foi o responsável por pedir, no fim do ano passado, as transferências dos chefes da facção de presídios paulistas para o sistema penitenciário federal. Apesar de ter vindo agora à tona, segundo Gakiya o “resumo das trancas” já vinha sendo monitorado desde a criação dos presídios federais, em 2011. “São imóveis alugados pelo PCC. Os responsáveis recebem uma ajuda mensal para manter o local. Assim, quando familiares de integrantes estão visitando os presos, têm um local para ficar caso necessitem.” O procurador de Justiça Márcio Sérgio Christino, que investigou o PCC no início dos anos 2000, afirmou que a criação deste setor “não espanta, porque sempre houve uma ‘sintonia’ de apoio aos membros presos. Inclusive, desde o começo, com a locação de ônibus e compra de cestas básicas. É só um desdobramento que veio com a expansão da facção”.
Folhapress

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