Foto: André Dusek/Estadão
O general Augusto Heleno será o ministro da Defesa de Bolsonaro
Indicado para o ministério da Defesa do governo do presidente
eleito Jair Bolsonaro, o general Augusto Heleno afirmou nesta
segunda-feira, 05, que o fato de muitos militares terem indicação para
postos do Executivo é uma questão de coerência. “Não tem nada a ver com
governo militar. Ninguém está pensando em intervenção militar, em
autoritarismo, nada disso. É um aproveitamento de gente que o País não
estava acostumado a aproveitar”. Heleno, que participa de reuniões com
integrantes do governo de transição no Centro de Convenções Banco do
Brasil, em Brasília, considerou natural a demora para a escolha de nomes
para a equipe do próximo governo e afirmou que a estratégia de
apresentar a indicação a conta-gotas é boa. “Há muitos candidatos. Todos
apresentam credenciais significativas. A escolha é difícil e precisa
ser pensada”, disse. “Não há essa urgência. Existe essa urgência para
vocês (jornalistas), que estão atrás de notícias. É uma questão de ter
na cabeça. E até do ponto de vista de mídia é bom que ele vá soltando
aos poucos”. Heleno afirmou não ter conversado ainda com o juiz Sérgio
Moro, indicado para ocupar um superministério da Justiça. “Fiz uma
ligação telefônica rápida. Mas a escolha foi um gol de bicicleta do meio
do campo que o presidente fez”. O general não quis comentar o adiamento
da visita do governo do Egito ao Brasil. A decisão da suspensão da
visita é associada às declarações pró-Israel feitas pelo presidente
eleito. “Não vou tecer considerações sobre esse problema que aconteceu.
Não sou nem primeiro-ministro, nem ministro das Relações Exteriores. Vai
ter gente mais tarde que vai entrar nessa seara. Numa campanha, é
diferente. Agora não. Cada macaco no seu galho. O ministro das Relações
Exteriores vai tecer considerações e levar ao presidente”, disse, na
tarde desta segunda. O governo egípcio atribuiu o adiamento a
compromissos de autoridades do país. Nos bastidores, no entanto, a
informação é de que a verdadeira causa da mudança de planos foi a
decisão anunciada por Bolsonaro de mudar a embaixada do Brasil em Israel
de Tel-Aviv, capital oficial, para Jerusalém.
Estadão Conteúdo
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