Que seja esse o legado de Sergio Moro em sua passagem pelo Ministério da Justiça, escreve Augusto Nunes:
A histórica derrota do PT nas urnas de outubro exorcizou a
assombração bolivariana: Lula e seus comparsas foram obrigados a
arquivar o sonho de transformar o Brasil numa Venezuela tamanho família e
com legendas em mau português. Falta agora enfrentar o pesadelo que
ameaça deixar o país parecido com a Colômbia do último quarto do século
20.
Nos anos 80 e 90, a Nação colombiana teve de enfrentar,
simultananeamente, os cartéis do narcotráfico e as tropas
narcoterroristas das FARC. O Brasil já não pode adiar o desencadeamento
da inevitável ofensiva contra o crime organizado, cuja face mais torpe é
escancarada pelo PCC e pelo Comando Vermelho. Os chefões desses bandos
dominam morros, periferias, cadeias, fronteiras. Não demorarão a
expandir-se até alcançar o espaço que lhes permita atacar o coração do
poder.
Foi o que fizeram os comandantes dos cartéis e das FARC até que o
governo colombiano mobilizou as Forças Armadas e os organismos policiais
para o vigoroso contra-ataque apoiado pelos Estados Unidos. Foi longa e
sangrenta a ressurreição do Estado Democrático de Direito.
Até que o governo vencesse, os inimigos sequestraram, torturaram ou
mataram parlamentares, empresários, ministros de Estado, candidatos à
Presidência da República, oficiais do Exército — ninguém pôde sentir-se
seguro por anos a fio. No Brasil, os pastores da violência não chegaram a
tanto. Ainda. Falta pouco.
Foi especialmente alentador constatar que Sergio Moro redesenhou o
Ministério da Justiça para livrar o Brasil dos horrores que martirizaram
a nação vizinha. Sem interromper o combate à corrupção, Sergio Moro
está pronto para mostrar aos narcotraficantes que a lei da selva foi
revogada pelo novo governo.
Que seja esse o grande legado do novo ministro da Justiça.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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