Os processos contra o ex-presidentes Lula da Silva – tanto na área penal como na cível e na eleitoral – são preciosas aulas de Direito. Ao analisar o comportamento dos advogados, podemos aprender bastante sobre Processualística, a ponto de ser recomendável aos universitários que pretendam estudar como fazer e também como não fazer. Os advogados do ex-presidente exibem erros e acertos impressionantes, desde que Lula começou a se comportar como o “Charles Anjo 45”, de Jorge Benjor, aquele que marcou bobeira e foi sem querer tirar férias numa colônia penal,
O primeiro advogado que se aproximou de Lula, nos tempos do sindicalismo, foi Roberto Teixeira, que sentiu estar diante de um político promissor e oportunisticamente lhe emprestou uma confortável casa para morar.
COMPADRES – Não se sabe ao certo como começou a amizade entre Lula e Teixeira. O fato é que ficaram tão íntimos que se tornaram compadres. Esta amizade por interesses foi um grave erro de Lula, porque Teixeira é um profissional limitado e que levou o sindicalista/político a trilhar por caminhos tristonhos, como diria Ary Barroso.
Os dois primeiros casos envolvendo Lula em corrupção e lavagem de dinheiro eram banais, facilmente solucionáveis. Meu amigo Carlos Lessa, grande mestre da Economia, ficou abismado com a incompetência dos advogados. “Ganhando alto salário de presidente e a ‘Bolsa Ditadura’ durante oito anos, sem gastar nada, tudo pago pelo contribuinte, Lula tinha recursos suficientes para comprar o apartamento, que estava até declarado ao Imposto de Renda.
Se dissesse que a cobertura era da mulher (o que era verdade) e que ela até tentara pagar a diferença, mas o empresário da OAS se recusara a receber, em homenagem aos serviços por Lula supostamente prestados ao povo brasileiro, não haveria crime, porque governante não pode ganhar presentes valiosos durante o mandato, mas depois o tráfico é liberado, digamos assim. E quem orientou sua defesa foi o compadre Teixeira.
SÍTIO EM ATIBAIA – A mesma falha da defesa se registrou no caso do sítio em Atibaia, cuja assinatura da compra foi comandada em cartório pelo próprio Teixeira. Lula tinha recursos para ser dono do sítio, devia ter comprado, ao invés de arranjar “laranjas” ligados ao filho Fábio Luís, o fenômeno nos negócios.
Teixeira também montou a farsa do apartamento de Lula em São Bernardo, fazendo José Carlos Bumlai simular a compra do apartamento vizinho ao Lula, para duplicar os aposentos presidenciais, digamos assim.
O resultado é que Bumlai foi preso e Teixeira virou réu, como cúmplice do réu principal Lula da Silva.
O GENRO É SHOW – Se o advogado Bumlai é um trapalhão, em compensação seu genro Cristiano Zanin faz o possível e o impossível para ajudar Lula. Com aquele visual de sacristão, Zanin se tornou recordista mundial em recursos, prestes a ser registrado no Livro Guinness.
Pode-se dizer o que quiser dele, mas o fato incontestável é que nunca antes, na História deste país, se viu um advogado defender um cliente com tanto empenho, inclusive usando com maestria a mídia no exterior e manipulando até o Comitê de Direitos Humanos da ONU e a secretaria da OEA.
Zanin é um craque no Direito Penal e Cível. Mas no Direito Eleitoral o ainda candidato Lula está muito mal assessorado por outros advogados e se julga no direito de obrigá-los a passar dos limites, pedindo mais prazo para o PT substituir a chapa presidencial.
Nenhum comentário:
Postar um comentário