Pedro do Coutto
Esta afirmação singular foi feita pelo
candidato Jair Bolsonaro ao apresentador José Luiz Datena, colocada no
ar pela TV Bandeirantes, no programa Brasil Urgente. A entrevista foi
reproduzida nas edições de ontem de O Estado de São Paulo, O Globo e
Folha de São Paulo. No Globo a matéria foi assinada por Jussara Soares,
relatando que Jair Bolsonaro afirmou que não confia totalmente nas urnas
eletrônicas e frisou que o Brasil é o único país do mundo a adotar o
sistema.Mas fica clara uma dualidade: como Bolsonaro diz não aceitar no caso de derrota em função das urnas, como pode ele mudar de pensamento se for ele o vitorioso? O fato é que a candidatura Bolsonaro, isso ontem foi demonstrado pela televisão, está dividindo as ruas e praças das capitais do país. Isso porque houve manifestações contrárias a seu nome e outras favoráveis a ele.
POLARIZAÇÃO – Na reta final da campanha, evidencia-se uma polarização dos que são contra e dos que são favoráveis ao candidato do PSL. Ocorre que os contrários a Bolsonaro dividem-se no apoio a pelo menos três candidatos: Fernando Haddad, Ciro Gomes e Geraldo Alckmin. Essa divisão, paradoxalmente é que garante a presença de Jair Bolsonaro no segundo turno.
As pesquisas do Datafolha e do Ibope revelam que Bolsonaro será derrotado a 28 de outubro. A luta, assim, resume-se a qual candidato cruzará a faixa de chegada no próximo domingo, dia 7 de outubro. O problema de seus adversários reside totalmente nesse ponto. Pelo Datafolha se as eleições do primeiro turno fossem hoje, Fernando Haddad seria o adversário de Bolsonaro no desfecho final. Por isso, em entrevista aos repórteres Renan Truffi, Gilberto Amendola e Mateus Fagundes, edição de ontem de O Estado de São Paulo, Ciro Gomes passou a atacar forte e diretamente o PT e ao mesmo tempo descartou qualquer aliança com o Partido dos Trabalhadores nas eleições presidenciais de outubro.
DEBATES NA TV – Na noite de hoje, às 22 horas, debate na Record reunindo os candidatos mais bem situados nas pesquisas. Esse debate será muito importante, da mesma forma que o evento que a Rede Globo promove no próximo dia 4 também às 22 horas.
Coloco duas questões. 1- Como os partidos e seus candidatos vão reagir à afirmação de Jair Bolsonaro no que se refere à questão democrática. Bolsonaro condicionando a aceitação do resultado das eleições à sua vitória, me lembra comportamento do governador Carlos Lacerda contra a posse de Juscelino Kubitschek. 2 – Qual a posição dos candidatos em relação a dívida interna do país?
ENDIVIDAMENTO – Reportagem de Fabrício de Castro, O Estado de São Paulo edição de 29, revela que o endividamento está na casa dos 5 trilhões de reais, correspondendo a 77,3% do Produto Interno Bruto. Sobre o total de 5 trilhões de reais incidem os juros de 6,5%a/a, Taxa Selic.
Pode se considerar que o endividamento dos Estados Unidos eleva-se a 3 trilhões de dólares, mas este resultado representa 15% do Produto interno norte-americano. No Brasil, como vemos, a proporção é muito maior.
Que posição os candidatos têm a respeito?
Nenhum comentário:
Postar um comentário