Eleições na Suécia: cédulas de votação. |
As urnas brasileiras foram violadas em pouco mais de uma hora. Sem o
voto impresso – e nos termos inconvincentes em que foi recusado -, a
suspeição se consolida. E gera efeitos preocupantes. Artigo de Ruy Fabiano, via Blog do Noblat:
O fator desestabilizador destas eleições não está nos partidos,
programas, candidatos ou eleitores, nem mesmo na temperatura elevada dos
debates. Originou-se no Judiciário: TSE e STF.
A rejeição de ambos ao voto impresso – inicialmente a pretexto
financeiro e por fim constitucional – colocou previamente em dúvida o
resultado das eleições, via urnas eletrônicas. Antes de mais nada,
porque os motivos expostos não convenceram.
A lei do voto impresso, alegada como inconstitucional – muito embora a
Constituição não desça ao varejo da modalidade da votação -, não
excluía o uso das urnas eletrônicas. Apenas estabelecia um meio de
conferir eventuais dúvidas decorrentes da totalização dos votos. Uma
segurança para o eleitor e para os candidatos.
Ao ser recusada, expôs o país a um sistema que não pode ser aferido –
e, portanto, não oferece garantia. A Alemanha rejeitou as urnas pela
simples (e essencial) razão de que provocava desconfiança no eleitor.
Sendo as eleições o momento máximo da democracia, não podem, em hipótese
alguma, provocar a mais remota suspeita.
Ao provocá-la, desacredita todo o processo. O comandante do Exército, general Villas-Boas, já mencionou preocupação a respeito.
Seja qual for o vencedor, disse ele, sua legitimidade dará margem a
questionamentos. O assunto deveria, por isso mesmo, interessar a todos
os candidatos, à direita ou à esquerda.
Uma das primeiras consequências dessa suspeição se dá antes mesmo do
pleito. Questionam-se os números das pesquisas, sugerindo-se que
estariam preparando o caminho para a construção prévia de um resultado
que não corresponderia à realidade.
Mesmo supondo que tal raciocínio seria apenas teoria da conspiração,
como sugere o presidente do STF, Dias Toffoli, não é sadio para o
processo que se faça presente – e muito menos na escala em que se dá,
que não é desprezível.
Os questionamentos não são aleatórios. Especialistas chancelam as
dúvidas. Recente congresso da DefCon – o maior encontro mundial de
hackers, em Los Angeles, EUA – demonstrou a vulnerabilidade desses
equipamentos.
As urnas brasileiras foram violadas em pouco mais de uma hora. Sem o
voto impresso – e nos termos inconvincentes em que foi recusado -, a
suspeição se consolida. E gera efeitos preocupantes.
É mais um entre tantos outros fatores de instabilidade; permeia o
processo eleitoral e trará consequências para além de sua conclusão. Não
precisava ser assim. A menos, claro, que seja exatamente isso que se
esteja querendo. Mas isso, claro, é teoria da conspiração.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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