MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Em busca de quórum, governo negocia favores em véspera de votação



Por Luiz Fernando Lima
A oposição ao governo Michel Temer (PMDB) não tem os 342 votos necessários para autorizar o Supremo Tribunal Federal (STF) a investigar o peemedebista por corrupção passiva. Nesta terça-feira (1º), véspera da votação em plenário do relatório, os números mais próximos dos reais variam entre 210 e 230 pró-denúncia.  Por outro lado, a tropa de Michel Temer contabiliza votos entre 240 e 260.
Somando os dois placares, ainda restam 23 votos flutuantes ou dito indecisos. A quantidade é insuficiente para preencher o quórum de votação estabelecido no rito: 342. O dia foi de exaustivas reuniões de bancadas partidárias ou setoriais. Temer se reuniu ao meio dia com os ruralistas, mais de 200 parlamentares compõem este colegiado segmentado.
PT, PCdoB, PP, PSD e outras siglas reuniram suas bancadas. O DEM tem encontro marcado na noite desta terça (1º) na casa do líder do agrupamento, Efraim Filho. A equipe de Temer, junto com a tropa de choque, avalia o cenário também nesta noite. Os governistas terão pelo menos quatro jantares que prometem varar a madrugada.
Um deputado confidenciou ao BNews que o clima é semelhante ao do mesmo período da votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). A diferença é que Temer tem os votos necessários para barrar a denúncia no campo político. Deixando claro que juridicamente, a peça pouco importa para um lado ou para outro. A discussão está na esfera política e a população acompanha absorta aos movimentos deste campo de atuação.
Na oposição também haverá jantares. Uma das poucas certezas que se têm em Brasília nestes dias é de que a balança vai pesar. “É tanto almoço e tanto jantar que não tem dieta que resista. Aliado à ansiedade que normalmente acompanha estes períodos. É literalmente um prato cheio para engordar”, comenta outro parlamentar.
A seriedade dos discursos viscerais em frente às câmeras não é vista nos corredores da Câmara dos Deputados. Os iluminados e bem decorados ambientes são espaços de vai e vem de deputados apressados para cumprir compromissos que estão para além da discussão do rito de votação do processo.
Mais de 15 prefeitos de cidades baianas desembarcaram em Brasília para cumprir agenda em ministérios diversos e conseguir articular recursos para seus municípios. Tudo continua caminhando como se nada estivesse acontecendo, ao menos, nestes contextos.
Os deputados que apertaram as mãos em sinal de lealdade a Temer estão sendo prestigiados com liberação não apenas de emendas, consideradas meras cerejas em bolo farto, mas com os recursos dos ministérios, que são volumosos e enquanto a torneira estiver aberta e jorrando cada um tenta extrair o máximo.
É este o ambiente que se tem em Brasília nesta véspera de votação. O tecido é complexo e heterogêneo. Os parlamentares aliam seus próprios interesses aos do governo federal e à realidade local de cada um. Nesta miscelânea, Temer deve se safar desta primeira denúncia. No entanto, sabe que a segunda é inevitável e dificilmente será barrada.
Neste cenário, os aliados do presidente buscam ter uma vitória vistosa que possa dar esperança e demonstrar ao mercado que existe condição para aprovar as próximas reformas, além de ter “gordura” para na segunda, manter ao menos 172 votos.
Benito Gama (PTB) que ocupa as primeiras fileiras da tropa de Temer diz que a situação já esteve melhor e que hoje foi um dia difícil para o governo. Confirmou ainda que é preciso trabalhar para ganhar bem. “Não se pode vencer a guerra perdendo os olhos, os pés e ficando dilacerado, é preciso demonstrar força”.
Benito pondera que quando a votação chegar aos baianos estará na metade do colegiado e uma tendência já estará apontada no horizonte. “Há por vir o efeito manada”.

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