O telefone tocou na casa de praia de Madame Schneider, uma francesa amiga de Juscelino Kubitschek, a 20 quilômetros de Saint Tropez, no sul da França, onde ele, dona Sarah, as filhas Márcia e Maristela e o ex-secretário amigo dileto Olavo Drummond, passavam uns dias descansando, depois de deixar a presidência da República em 31 de janeiro de 1961.
Era o empresário, poeta e redator de alguns dos históricos discursos de Juscelino, Augusto Frederico Schmidt, falando do Rio: “Juscelino, estou recebendo um clipping das revistas dos EUA. A revista “Time” está dizendo que você é “a sétima fortuna do mundo”.
Conversaram, Schmidt desligou e Juscelino ficou deprimido, amargurado.
AO LADO DA BRIGITTE – Olavo o chamou para darem uma volta: “Presidente, hoje de manhã, quando fui comprar os jornais, quem estava na banca era a Brigitte Bardot. Podemos encontrá-la de novo.
Juscelino riu. Saíram. A primeira pessoa que viram foi a Brigitte Bardot, no auge do sucesso, com aquela carinha de paraíso terrestre depois da maçã, cercada de fãs, tirando fotografias. Juscelino se afastou:
“Olavo, se eu sair com essa mulher em um fundo de fotografia, a imprensa vai dizer no Brasil que estou namorando com ela”.
Mas não esqueceu a história da “sétima fortuna do mundo”.
Quatro anos depois, a embaixada da Inglaterra no Brasil mandaria a Londres um documento para o “Foreign Office”, sob o cód.371/179250: “O ex-presidente Kubitschek retornou ao Brasil. Não há dúvida de que ele é popular, com seu charme e suas ideias’.
AGRESSÃO DE JÂNIO – Na véspera de passar o governo a Jânio Quadros em 31 de janeiro de 1961, Juscelino reuniu um grupo de ministros, auxiliares e amigos no Palácio da Alvorada. Chega Jose Maria Alkmin:
– Juscelino, estou seguramente informado de que o Jânio vai fazer um discurso agressivo contra você, na sua frente, na solenidade de transmissão do cargo, no Palácio do Planalto.
– Vou passar o cargo ao presidente que o povo elegeu. Só o Dutra passou. Quero dar uma demonstração ao mundo de nossa Democracia.
– E se ele fizer um discurso agressivo?
– Dou-lhe uma bofetada na cara e o derrubo no meio do salão. Vai ser o maior escândalo da história da República.
Não houve discurso nem bofetada.
Foi em 22 de agosto de 1976 que ele se foi. O Brasil o perdeu e nunca mais tivemos um presidente igual. E que falta ele faz.
PT QUEBROU O PAIS – O país está fiscalmente quebrado. Os gastos públicos são superiores à arrecadação, produzindo um “déficit primário” de 2,2% do PIB (Produto Interno Público).
Sobretudo no governo de Dilma, os investimentos em infraestrutura, saúde, segurança, educação e outros foram as principais vítimas. A dívida bruta em relação ao PIB produziu o desastre em que estamos mergulhados.
Em 2017, o déficit primário previsto é de R$ 159 bilhões. Para 2018, o cenário não será diferente.
A falta de rudimentares conhecimentos da economia da maioria dos políticos e de muitos analistas na área jornalística, não enxerga a gravidade do momento em que está mergulhada a economia brasileira. No Congresso e na imprensa prevalece a falta de racionalidade no enfrentamento realista, com propostas que se mostrem consistentes, seja à direita ou à esquerda.
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