MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Cachoeira: prefeito cria polêmica ao rejeitar concursados 'forasteiros'



Por Vinícius Ribeiro | Fotos: Arquivo/BNews e Divulgação
O prefeito de Cachoeira, Fernando Pereira, o Tato (PSDB), polemizou ao declarar resistência para convocar concursados de outras cidades. Em entrevista no programa de rádio web “Olha a Pititinga”, no dia 17 de agosto, o gestor municipal afirmou que a convocação vai causar impacto socioeconômico para a cidade localizada no Recôncavo baiano. 
 
Vai "tomar vaga de quem é de Cachoeira", alegou, se referindo aos aprovados no concurso público de 2014, oriundos de outras cidades, a exemplo de Salvador, Feira de Santana e São Gonçalo dos Campos. "[O novo servidor] vem trabalhar aqui, ganhar nosso recurso e gastar fora. Com isso, o dinheiro deixa de circular na cidade", previu.
 
Ao justificar sua fala, ele disse ser inviável trabalhar como técnico de Enfermagem em Cachoeira, recebendo cerca de R$ 1.100, e ter de se deslocar para o Município, apontando ainda eventuais problemas de atraso.  
 
Em contato com o BNews, quatro dos aprovados para a Guarda Municipal disseram que se sentiram "discriminados" com as declarações. "As palavras dele expressaram o rigor de quem não tem interesse de nos convocar, mesmo sabendo que o concurso ainda está em validade. Ele fez promessa com a comissão do concurso e disse que o curso começaria em 1º de maio, mas a promessa não foi cumprida até hoje", disse um dos 45 selecionados ao cargo (15 destes da reserva). 
"Ele deu uma entrevista muito desanimadora, dizendo que a convocação não vai acontecer porque a gente não é de lá, simplesmente isso, que a gente é forasteiro", lamentou. 
 
Conforme informado pelos concursados, esta é a primeira turma de guardas municipais efetivos na cidade, que deveriam assumir os postos no Município após o Ministério Público da Bahia em Cachoeira determinar a suspensão de servidores contratados via Regime Especial de Direito Administrativo (Reda). 
 
O concursado, que reside em Salvador e preferiu o anonimato, ainda rebateu a afirmação de que a economia local seria afetada. "A gente sabe que isso não é motivo para que o concurso não tenha o andamento normal. Na verdade, nós vamos morar lá e o dinheiro vai ficar lá na cidade. Até porque não é vantagem pelo valor que a gente vai ganhar, entre R$1.500 a R$2 mil, para ficar circulando de Salvador para Cachoeira", frisou.
 
Em tempo, os concursados apontam que dos 45 aprovados, cerca de 40 são de fora da cidade. De acordo com a legislação, os candidatos aos cargos públicos precisam, entre outros pré-requisitos, "ser brasileiros natos ou naturalizados".

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