Por Agência Brasil
A defesa do ex-deputado federal Eduardo Cunha pediu hoje (29) ao
Supremo Tribunal Federal (STF) a anulação do acordo de delação da JBS.
Cunha foi citado nos depoimentos de delação do empresário Joesley
Batista, um dos donos da empresa. O ex-parlamentar está preso na
Superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba, por determinação
do juiz federal Sérgio Moro.
No recurso apresentado ao Supremo, os advogados de Cunha alegam que não
há provas sobre o suposto pagamento mensal ao ex-deputado para comprar
seu silêncio, conforme um dos depoimentos da delação da JBS.
A defesa também criticou os benefícios concedidos pelo Ministério
Público Federal (MPF) aos delatores ligados à empresa, como dispensa de
prisão e permissão para morar nos Estados Unidos. “Não tem a menor
razoabilidade, tampouco proporcionalidade, esse grupo de delatores se
beneficiar com tamanha generosidade, ante a quantidade e complexidade
dos supostos crimes apresentados”, argumenta a defesa.
Eduardo Cunha está preso desde outubro do ano passado, um mês após ter
tido o mandato de deputado cassado na Câmara. Em abril, ele foi
condenado pelo juiz federal Sérgio Moro a mais de 15 anos de prisão
pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de
divisas.
Na ação penal, Cunha foi acusado de receber mais de 1,3 milhão de
francos suíços em propina por um contrato de exploração da Petrobras em
um campo de petróleo no Benin, na África. O contrato levou a um prejuízo
de US$ 77,5 milhões para a estatal, segundo o Ministério Público
Federal.
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