Por Redação Bocão News | Fotos: Folhapress
O
nome da primeira colocada na licitação para a conta de publicidade do
Banco do Brasil foi antecipado à Folha na última quinta (20), quatro
dias antes da abertura oficial dos envelopes que trariam o resultado,
que só ocorreu na manhã desta segunda (24) em Brasília. A concorrência é
a de maior valor já realizada no governo Michel Temer.
Segundo o jornal, a Multi Solution ficou com o primeiro lugar no
certame que elegeu três empresas de propaganda para gerenciar a
publicidade do banco pelos próximos 12 meses. Elas dividirão um contrato
de até R$ 500 milhões por ano, prorrogável por até 60 meses, segundo o
edital. Isso totalizaria R$ 2,5 bilhões, sem calcular eventuais
reajustes.
A informação de que a Multi Solution estaria entre as vencedoras foi
registrada pelo jornal em cartório na própria quinta-feira (20) e
publicada em anúncio cifrado na seção de classificados do caderno Sobre
Tudo da Folha deste domingo (23).
Ainda de acordo com a publicação, o informe trazia o nome da empresa e o
número da concorrência que ela venceria nesta segunda. Segundo a
informação obtida pelo jornal, houve direcionamento dentro da estatal
para garantir que a Multi Solution estivesse entre as contratadas pelo
Banco do Brasil.
Outras duas agências de publicidade foram selecionadas na licitação,
que foi pública e realizada na manhã desta segunda, em Brasília: a
Nova/sb e a Z+. A primeira tem tradição em negócios do setor público e a
segunda integra um grupo francês.
A reportagem detalha que houve disputa acirrada entre ao menos quatro
agências pela segunda e a terceira colocações —uma firma estava no páreo
e foi desqualificada após recontagem. A Multi Solution, porém, foi a
única entre as qualificadas que não teve a liderança na disputa
ameaçada.
A Multi Solution, presidida por Pedro Queirolo, nunca havia vencido
licitação em órgãos públicos. Por e-mail, Queirolo afirmou à Folha que a
vitória na licitação do BB "veio para coroar os 20 anos de trabalho da
agência, que é reconhecida por grandes cases no setor privado". A
empresa ganhou visibilidade no mercado ao abocanhar, anos atrás, a conta
das marcas Itaipava e TNT. A Itaipava é citada na Lava Jato como uma
das firmas usadas pela Odebrecht para distribuir propinas —o que ela
nega. Veículos especializados no setor de publicidade noticiaram que, em
2012, a agência perdeu esse negócio, o que levou à queda de metade do
seu faturamento.
Procurado, o BB afirmou "que o processo de licitação para escolha das
novas agências de publicidade obedeceu rigorosamente a legislação, e a
definição das vencedoras foi norteada por critérios técnicos". Já a
Multi Solution negou qualquer favorecimento.
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