Neil
Gorsuch, indicado por Donald Trump para a Suprema Corte, é PhD em
Filosofia por Oxford (algo distante dos nossos supremos magistrados) e
tido como conservador por respeitar a Constituição mais liberal do
planeta (violar a Constituição deve ser coisa de "progressista"). Sofre
as mesmas pressões e maldições que Ives Gandra Filho, cogitado para o
nosso STF - sim, é tido como conservador. Percival Puggina
faz bem em lembrar as semelhanças, embora se limite a falar da questão
do aborto - que não define absolutamente nem a posição de Gorsuch nem a
de Gandra:
O
indicado de Trump para a Suprema Corte, Niel Gorsuch, é juiz da Corte de
Apelações, advogado formado em Harvard e PhD em Filosofia pela
Universidade de Oxford. Malgrado isso e muito mais em seu currículo
impecável, a indicação vem sendo combatida e ele pessoalmente criticado
por ser pro life, ou seja, a favor da vida, contra o aborto. A
pós-modernidade tem dessas coisas. Arrancar um feto aos pedaços do útero
materno não é crime nem reprovável. Crime é ser contra o condenável
ato.
Aqui no
Brasil está em curso algo parecido. O jurista Ives Gandra Filho, cujo
nome tem sido sugerido para ocupar a vaga de Teori Zavascki, enfrenta a
dificuldade semelhante. Acusam-no de ser católico conservador. Em outras
palavras: nem mesmo para abrir pequena brecha na unanimidade
"progressista" do nosso STF se admite um católico conservador - unzinho -
entre os onze. Ninguém questiona o católico "progressista", militante
petista e defensor de invasores de terra, Edson Fachin, mas um
conservador como Ives parece intolerável.
Digo
mais, se Gandra Filho fosse pai de santo, neto de pagé, filho de
Leonardo Boff, ou muçulmano xiita ou sunita, seus atuais críticos
considerariam a nomeação muito adequada, sinal louvável de pluralismo,
diversidade e multiculturalismo.
Senhor, que mundo louco!
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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