Até hoje os paulistas precisam defender-se da acusação de ter sido separatista a revolução de 32. Trata-se de uma bobagem, mais do que de uma injustiça, apesar de o então presidente da República, Getúlio Vargas, haver mobilizado a imprensa amiga, amestrada e censurada para difundir a mentira. Pode ter havido energúmenos, na pauliceia desvairada, empenhados em tirar São Paulo do Brasil, mas especialmente por conta da crise econômica. O mundo havia reduzido ao máximo as importações de café e muitos fazendeiros paulistas quebraram. Mas o que São Paulo queria, mesmo, era livrar-se do jugo dos gaúchos, empenhados em estabelecer o domínio político no país.
Depois de derrotados militarmente, em especial pelos mineiros, os revolucionários cederam aos encantos do chefe do governo, ganharam um governador civil e paulista e seguiram adiante, logo depois retomando a supremacia econômica.
Por que lembrar episódio tão velho de nossa História, onde nenhuma das partes em luta saiu incólume?
Porque ameaça repetir-se como farsa uma situação que algumas vezes foi heroica. Em torno do governador Geraldo Alckmin forma-se uma facção empenhada em reviver ultrapassadas tertúlias. Almejam voltar a presidir o Brasil, esquecidos de que Michel Temer é paulista, e de que há décadas ninguém duvida do poder econômico de São Paulo. Com certa arrogância, levaram Alckmin a iniciar vilegiaturas por outros estados, distribuindo favores financeiros que o Nordeste não recusa. Em troca do apoio à sua candidatura. No Congresso já funciona uma força-tarefa destinada a cooptar parlamentares de outras regiões.
Por coincidência, localiza-se em Minas o outro polo na disputa, com Aécio Neves. Claro que não preparam outra “batalha do túnel”, como em 32, mas já se estranham. Seria bom que os dois lados atentassem para o ridículo do entrevero. Só tem vaga para um candidato, no PSDB, sem esquecer que o terceiro, José Serra, também é paulista.
Em suma, melhor parar por aqui, sem abrir espaço para saudosismos que seriam ridículos, se não fossem cômicos…
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