Miriam Hermes | Sucursal Barreiras
A TARDEA médica cubana Clara Marcela Fonseca, 52 anos, e uma garota de 12 anos residente na zona rural de Bom Jesus da Lapa, 777 km de Salvador, foram diagnosticadas no Hospital Municipal Carmela Dutra com sintomas semelhantes aos da gripe H1N1 e transferidas preventivamente para o Hospital do Oeste (HO), em Barreiras, na noite de terça-feira, 26.
Na mesma data foi confirmado pela secretaria estadual de Saúde, (Sesab) que a médica cubana Clara Elisa Gonzales Mendes, que morreu com suspeita da doença dia 19 de abril, estava mesmo com a grupe H1N1.
As duas médicas de Cuba eram colegas de trabalho desde 2013, quando chegaram em Bom Jesus da Lapa, município ribeirinho do São Francisco com cerca de 70 mil habitantes, em uma equipe de cinco profissionais cubanos para atuar pelo Programa Mais Médicos.
Embora não morassem na mesma casa, eram também amigas e desde que Clara Elisa morreu, Clara Marcela e outras pessoas que tiveram contato com Clara Elisa começaram um tratamento preventivo para combater o vírus. Na terça (26) pela manhã Clara Marcela apresentou problemas respiratórios e foi internada no Carmela Dutra.
Conforme o secretário de Saúde de Bom Jesus da Lapa, Marcelio Magno, adolescente de 12 anos é moradora da zona rural do município (Assentamento Fruticultura Batalha) e não teve contato com as duas médicas antes de ser internada na segunda-feira (25) com crise respiratória.
"A menina, de acordo com familiares, tem histórico de asma e também foi encaminhada para o HO, que é referência na região, porque tem mais recursos em caso da saúde dela se agravar", afirmou Magno, destacando, no entanto, que as duas estavam com a saúde estabilizada com a perspectiva da médica ter alta nas próximas horas.
Ele tranquilizou a população local e regional, enfatizando que não existe um surto de gripe em Bom Jesus da Lapa e que os casos são isolados. "De forma preliminar os médicos descartaram a hipótese da gripe H1N1, mas aguardamos o resultado dos exames do Lacen confirmar ou não os diagnósticos", disse o secretário.
Através de nota o Hospital do Oeste divulgou que todos os cuidados foram adotados e que a garota com quadro de pneumonia ficou no isolamento da clínica pediátrica e a cubana no isolamento da clínica médica. Ambas com quadro estável.
"Como protocolo no tratamento de suspeita de H1N1, além dos medicamentos sintomáticos e da hidratação, as duas fazem uso de fosfato de oseltamivir, medicamento específico para o tratamento da doença, com média de duração de cinco dias", segundo o comunicado do hospital.
Vacinação
Diretora da Vigilância em Saúde de Bom Jesus da Lapa, a enfermeira sanitarista Laís Correia disse ontem que as primeiras quatro mil doses que o município recebeu do Governo Federal já tinham se esgotado e que aguardava a chegada de mais duas mil doses. A meta do Ministério da Saúde é vacinar uma população de 14 mil pessoas na cidade, que ontem também não tinha nenhuma vacina em clínicas particulares.
"O prefeito já autorizou e a Secretaria de Saúde está em contato com os laboratórios para adquirir mais 20 mil doses com recursos municipais", afirmou a enfermeira, acrescentando que eles estão encontrando dificuldades pela falta do produto no mercado por causa da grande procura em todo Brasil.
"Nosso propósito é vacinar o s trabalhadores da rede hoteleira, os policiais, professores e outros profissionais que tem contato frequente com o público", salientou Laís Correia, lembrado que por causa do santuário da Igreja Católica, a cidade recebe diariamente romeiros de diversas regiões do Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário