MEDIÇÃO DE TERRA

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sábado, 28 de novembro de 2015

Críticas de Lula abalam Delcídio


Para o ex-presidente, Delcídio é um político experiente e sofisticado, que não poderia ter se deixado gravar de forma simples como foi feito pelo filho do ex-diretor, Bernardo Cerveró

por
Estadão Conteúdo
Publicada em TRIBUNA DA BAHIA
O líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), teria ficado chateado com as críticas que o ex-presidente Lula fez sobre ele, após a prisão do senador na última quarta-feira, 25, sob acusação de atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato.
Delcídio ficou sabendo por visitas que Lula tinha classificado seu comportamento como uma “grande burrada” e expressou que não gostou das declarações. Como mostrou o Estado, durante almoço ontem na sede da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em São Paulo, Lula mostrou perplexidade com a atitude de Delcídio de oferecer a familiares e advogados do ex-diretor da área Internacional da Petrobrás, Nestor Cerveró, dinheiro e ajuda para o ex-diretor fugir, em troca de não mencionar seu nome em delação premiada.
Para o ex-presidente, Delcídio é um político experiente e sofisticado, que não poderia ter se deixado gravar de forma simples como foi feito pelo filho do ex-diretor, Bernardo Cerveró.
Lula só deve sair em defesa de Delcídio se o senador apresentar uma defesa consistente sobre o ocorrido. Segundo pessoas próximas, o ex-presidente considera que a atuação do senador preso causou constrangimento para o governo e para o PT. Na manhã de ontem, durante o evento sobre redução da desigualdade social promovido pelo Instituto Lula, CUT e Fundação Friedrich Ebert, o petista preferiu ficar calado, apesar da insistência de outros participantes para que abordasse o tema em um de seus discursos.
Em setembro de 2006, a apenas duas semanas do primeiro turno das eleições gerais em que Lula foi reeleito, integrantes do Partido dos Trabalhadores foram presos pela Polícia Federal, em um hotel de São Paulo, ao tentar comprar um dossiê contra o então candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra. Tentando minimizar o episódio, o então presidente Lula afirmou que aquilo era obra de “um bando de aloprados”, expressão pela qual o caso é lembrado até hoje.

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