MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 28 de novembro de 2015

Uso de cloro no tratamento da água causa temor em Valadares


Ana Lúcia Gonçalves  hoje em dia


Leonardo Morais
Aquários
Bruce não está satisfeito com a qualidade da água distribuída em Valadares

GOVERNADOR VALADARES – A qualidade da água que abastece Governador Valadares, no Leste de Minas, está sendo questionada. A reclamação é quanto ao forte cheiro de cloro, cujo excesso estaria causando problemas à saúde, como coceira, feridas e diarreia.

As pessoas também reclamam de ardência nos olhos e ressecamento do cabelo. Grávida de seis meses, a dona de casa Daniele Andrade, de 23 anos, afirma que os banhos estão sendo rápidos. “Fecho a boca para lavar o rosto e saio correndo do chuveiro”.

Embora não conheça a composição química da água distribuída pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), o gastroenterologista Altair de Carvalho adverte que o consumo de cloro em excesso é prejudicial à saude.

O cloro é extremamente tóxico e, segundo o médico, pode ser cancerígeno. “Pesquisas mostram que câncer de rim, bexiga e vias urinarias são mais comuns em cidades que usam excesso de cloro na água. O risco aumenta durante o banho, porque o vapor pode conter até 20 vezes a concentração de cloro do que o que sai na torneira”, explica Carvalho.

Segundo ele, o cloro tira a proteção natural dos cabelos e da pele, podendo causar ressecamento, coceira e eczemas. Também causa alterações da tireóide e do aparelho digestivo. “Pode causar irritação na língua, gengiva, garganta, esôfago, estômago e intestino”, afirma.

O engenheiro ambiental Hernani Santana, professor da Universidade Vale do Rio Doce (Univale), ressalta que portaria do Ministério da Saúde estipula o mínimo de 2 e máximo de 5 miligramas (mg) de cloro por litro de água tratada. “É normal o uso de quantidade superior no Brasil. Quanto mais baixa a qualidade da água, maior a quantidade de cloro”, diz.

RUIM PARA PEIXE
Dono de uma loja especializada em aquários no Centro de Valadares, o comerciante Bruce Scholz Macedo afirma que a água tratada pelo Saae nunca foi apropriada para a criação de peixes ornamentais. “Com o tratamento que está sendo feito agora, nada mudou”.

O biólogo e analista ambiental Phillipe Zan explica que a maioria dos peixes de aquários é sensível a alterações químicas. Por isso, o uso excessivo de cloro pode causar a morte dos animais.
 

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