Índios impediram entrada de carros brasileiros em cidade venezuelana.
De acordo com a PM, protesto de índios pode continuar nesta terça-feira (2).
Protesto ocorreu na cidade venezuelana de Santa
Elena de Uairén, na fronteira com o Brasil
(Foto: Neidiana Oliveira/G1 RR)
Em protesto, índios da Venezuela fecharam na tarde desta segunda-feira
(1°) a barreira de acesso ao país vizinho, impedindo brasileiros de
abastecerem veículos em um posto de gasolina localizado na área indígena
Santo Antônio, na cidade de Santa Elena de Uairén, que faz fronteira
com Roraima. Eles não estariam recebendo participação no lucro por ceder
à terra indígena à empresa de combustível.Elena de Uairén, na fronteira com o Brasil
(Foto: Neidiana Oliveira/G1 RR)
De acordo com o tenente Gonzaga, da Polícia Militar em Pacaraima, município fronteiriço, os índios impossibilitaram a entrada de carros na Venezuela e, em represália, brasileiros também impediram que venezuelanos circulassem no Brasil.
"Os índios venezuelanos fecharam a barreira com uma corda. Mas eles estariam deixando passar os carros venezuelanos e impedindo os dos brasileiros. Por isso, os motoristas que esperavam o posto de gasolina abrir decidiram colocar uma corda e não deixaram os venezuelanos atravessarem para o seu país", explicou o tenente.
O fechamento da barreira durou até as 18h30 após uma conversa com o representante da comunidade indígena Santo Antônio e, de acordo com o policial, nesta terça-feira (2) os índios prometarem fechar novamente a barreira.
Segundo Diógenes Monteiro, morador de Pacaraima, o gerente do posto de gasolina não cedeu às reivindicações dos indígenas. "Como não houve acordo, os índios fecharam a barreira de acesso para dentro de Santa Elena de Uairén, impedindo carros de entrarem no país vizinho para abastecimento. Hoje [segunda] foi o 'inferno'. E amanhã [terça-feira], eles fecharão de novo", relatou.
Questão venezuelana
Em entrevista ao G1 no dia 21 de novembro, o prefeito de Pacaraima, Altemir Campos (PSDB), disse que alguns empresários já pensaram em criar um posto de combustível na cidade fronteiriça para abastecer a região, mas, devido à concorrência de preço com a gasolina venezuelana, muitos desistem de abrir o negócio.
"Se tiver algum empresário com a ideia de entrar nessa concorrência, a prefeitura de Pacaraima não tem nada contra", destacou. Campos comentou que a interdição do serviço do posto não tem nenhuma relação com o Brasil. "Essas são questões internas de compromisso que a empresa não cumpriu com a comunidade indígena. Não tem nada a ver com o Brasil. Isso é questão venezuelana", afirmou.
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