MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 29 de novembro de 2014

PIB de 2014 fica no zero a zero e tende a cair em 2015


Bruno Porto - Hoje em Dia


Luiz Costa/Hoje em Dia
Inflação e juros altos
Reflexo – Inflação e juros altos afetaram o consumo das famílias

O Brasil encerrará 2014 praticamente estagnado, com o Produto Interno Bruto (PIB, bens e serviços produzidos) crescendo entre 0,2% e 0,5%, e vai experimentar em 2015 um cenário de recessão em decorrência das medidas de ajuste fiscal e da política monetária restritiva como instrumento de contenção da inflação.
 
Nessa sexta-feira (28) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o resultado do PIB para o terceiro trimestre de 2014, que apontou variação positiva de 0,1% sobre o trimestre anterior, após dois trimestres no vermelho, na série com ajuste sazonal.
 
Nessa base de comparação, a queda mais acentuada foi verificada na agropecuária, prejudicada pela seca nas lavouras. A indústria cresceu 1,7% e o setor de serviços contabilizou alta de 0,5%. Dentro da indústria, a expansão da exploração petrolífera e da extração de gás natural motivou o desempenho favorável, com o setor extrativo registrando elevação de 8,2%. No setor de serviços, a intermediação financeira de seguros foi o destaque positivo, com alta de 3,2%.
 
Economistas avaliam que em 2014 a deterioração do ambiente econômico internacional, com redução de demanda e retração de preços de commodities, enfraqueceu o dinamismo da economia brasileira de forma geral, além da falta de uma política econômica que atacasse os problemas estruturais do país. Para 2015 espera-se a manutenção dessa conjuntura adversa, porém aliada com medidas de arrocho fiscal, com severa contenção de gastos públicos e a utilização, com mais ênfase, da taxa Selic para combater a inflação.
 
“O governo insistiu em medidas econômicas de curto prazo, que não prepararam o país para o crescimento. O resultado é um zero a zero com inflação no topo da meta (6,5% ao ano)”, disse o professor de economia do Ibmec Felipe Leroy.
 
Ele confia em um crescimento do PIB de 0,2% neste ano, mas projeta um cenário de contração da economia para 2015. “Será realizado um ajuste fiscal porque ele deixou de ser opcional, não há outra saída. Ainda teremos um cenário de juros altos, que inibe o investimento. Se 2014 foi fraco, o ano que vem tem tudo para ser pior”, afirmou.
 
O economista da PUC Minas Flávio Constantino acredita que neste ano o Brasil atingirá crescimento econômico de, no máximo, 0,5%, mas aponta recessão nos primeiros trimestres de 2015. “Há uma correção de rumo na economia, essa é a parte boa. No entanto, as medidas têm um impacto ruim em um primeiro momento para o desempenho da economia, que nos dois primeiros trimestres de 2015 deverá estar em recessão. Acredito que haverá melhoria no segundo semestre, mas isso ainda depende do cenário externo”, afirmou.
 
Incerteza climática afeta o agronegócio
 
Principal destaque negativo do PIB do terceiro trimestre em comparação com o trimestre anterior, com queda de 1,9%, a agropecuária ainda convive com as incertezas climáticas para projetar seu comportamento em 2015. Por sua vez, o comércio espera a dimensão do ajuste fiscal a ser promovido.
 
A coordenadora técnica da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Aline Veloso, prevê que neste ano o setor, apesar do tombo no terceiro trimestre, vai terminar com crescimento, ainda que tímido.
“O café e a cana sofreram neste terceiro trimestre impactos muito fortes da seca, o que provocou essa queda. Mas o café, no ano, tem uma valor da produção bruta em alta em virtude da recuperação dos preços e dos volumes exportados. O mesmo ocorre com as carnes”, afirma Aline.
 
Para 2015, a Faemg avalia que o resultado da safra de grãos e mesmo a colheita do café estão muito atrelados ao nível de chuvas. “Pela seca que experimentamos neste ano, vamos monitorar de perto as previsões. Se chover, o ano será bom, especialmente para os grãos”, disse Aline.
 
A Câmara dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), que já revisou a taxa de crescimento neste ano de 3,5% para 2,5%, não projeta otimismo para o ano que vem. “Inflação e juros altos reduziram o consumo das famílias neste ano, que tiveram aumento de custos com alimentação e aluguel. Precisamos agora ter mais noção do tamanho do ajuste que o governo promoverá para medir seus impactos”, disse a economista da entidade, Ana Paula Bastos.
 
PIB foi de R$ 1,289 trilhão
 
Em valores correntes, o PIB no terceiro trimestre de 2014 alcançou R$ 1,289 trilhão, sendo R$ 1,104 trilhão referente ao Valor Adicionado a preços básicos e R$ 184,6 bilhões aos Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios.
 
A Agropecuária registrou R$ 57,5 bilhões, a Indústria, R$ 283,3 bilhões e os Serviços, R$ 763,7 bilhões.
 
Entre os componentes da demanda, a Despesa de Consumo das Famílias totalizou R$ 815,1 bilhões, a Despesa de Consumo da Administração Pública, R$ 275,7 bilhões, e a Formação Bruta de Capital Fixo, R$ 224,2 bilhões.
 
A Balança de Bens e Serviços ficou deficitária em R$ 31,9 bilhões e a Variação de Estoque foi positiva em R$ 5,9 bilhões.

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