MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 29 de novembro de 2014

Dilma chama adversários políticos de golpistas.

E a reação? Onde está?

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Muitos dizem que os socialistas usam em excesso o seguinte recurso “Acuse-os do que fazemos”. Tecnicamente, pelo paradigma da guerra política, isso significa usar o princípio 3 (dizendo que o agressor geralmente prevalece) de forma desonesta. É um método que para o PT funciona que é uma maravilha. Todavia, seria um desastre para eles se os oponentes jogassem a guerra política, pois aí todas as mentiras petistas teriam um preço, a ser pago pelo partido.
Em uma notícia do Brasil247, Dilma disse o seguinte sobre a oposição:
Esses golpistas que hoje têm essa característica, eles não nos perdoam por estar tanto tempo fora do poder. Temos que tratar isso com tranquilidade e serenidade, não podemos cair em nenhuma provocação e não faremos radicalismo gratuito, pois temos a responsabilidade de governar.
É fato que Dilma nem fica constrangida ao chamar seus adversários de golpistas. Mas na verdade ela apenas executa um método, por saber que ele funciona.
Ao chamar seus adversários de golpistas, de forma repetitiva e em ritmo bate-estaca, ela consegue elaborar projetos golpistas (que são os principais projetos do PT) enquanto seus adversários já ficaram rotulados como “golpistas”. Enquanto isso, nem a oposição do PSDB e nem mesmo muitos militantes “de direita” (das redes sociais) ainda não entenderam esse jogo. Aí fica fácil para Dilma.
Já assistimos isso durante as eleições, não?
Dilma foi extremamente agressiva nos debates e também ganhou na quantidade de vezes em que chamou o oponente de agressivo. Ao invés de revidar, o que os assessores de Aécio fizeram? Pediram que ele agisse feito uma moça recatada no debate da Record em 19/10. Resultado: as pesquisas o apontaram como “o mais agressivo”. Não por ser agressivo, mas por ter ficado mais na defensiva, enquanto sua adversária era muito mais agressiva e, ao mesmo tempo, o rotulava de “agressivo”. É quase um caso de “perdeu por que quis”.
Aliás, uma parte da direita tem falado do “Foro de São Paulo”, que eu também reputo como uma ameaça. Mas se a culpa é “do Foro”, então o PT é apenas uma vítima das maquinações deste Foro, não? Ou seja, enquanto essa parte da direita ataca “o Foro”, o PT ataca as pessoas da base adversária. Quer dizer que enquanto um lado atira em uma abstração (conforme a visão de muitos brasileiros), os petistas atacam indivíduos de carne e osso. Não seria melhor então atacar os petistas por desviarem dinheiro nosso para outras ditaduras, denunciando a “participação no Foro” ao invés “do Foro”? Mas aí é o de sempre: cada um que escolha os seus resultados. É fato que rotular diretamente os seus adversários, deixando as entidades abstratas em um como coadjuvantes, funciona mais.
O que estamos vendo no comportamento do PT, lançando rótulos pejorativos sobre seus oponentes, de forma direta, é o que já vimos nas eleições: um lado jogando a guerra política, de forma esperta, com objetivos claros de obter resultados políticos, e o outro lado apegado aos seus hábitos. Enquanto o PT coloca a estratégia acima do ego, a oposição (seja ela qual for) coloca o ego acima da estratégia.
Depois algumas pessoas ficam indignadas quando eu digo “pare um pouco para aplaudir as técnicas do adversário, e depois veja se consegue aprender uma coisa ou duas”. É uma conclusão inescapável: a rejeição de uma boa parte dos republicanos (muitos deles da direita) em compreender os jogos políticos é o maior adversário da democracia hoje. Essa é nossa maior âncora. Se finalmente conseguirmos soltá-la, o PT passa a ter motivos para ficar com medo.

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