Evento itinerante, que lançou mais de 5 mil grifes, faz edição comemorativa.
Idealizadores queriam criar versão moderna da Feira Hippie de Ipanema.
Babilônia Feira Hype: moda criativa em estandes de diferentes marcas (Foto: Divulgação/Sheila Guimarães)E há muito para comemorar nesses 18 anos. Os idealizadores calculam que nas mais de 350 edições da BHF, cerca de 5 mil marcas foram lançadas e 3,5 milhões de pessoas visitaram os estandes. A feira nasceu em 1996, quando o carioca Robert Guimarães e o paulista Fernando Molinari criaram uma versão moderna da tradicional Feira Hippie de Ipanema, lançando o termo Feira Hype.
“O hype é o agora, o novo, a inquietude, e a Babilônia reúne isso tudo", explicavam eles.
A dupla costumava dizer ainda, que “a Feira Hippie de Ipanema está para os anos 1970, assim como o banquinho e o violão; a Feira Hype está para os anos 1990, assim como o DJ com a música eletrônica”.
O evento itinerante teve sua estreia no salão da antiga sede do Clube Flamengo, na Avenida Rui Barbosa, no Flamengo, na Zona Sul do Rio. Foi quando Molinari, que voltava Londres e ainda envolvido nas vivências das feiras de Camden Town e Portobello Road, encontrou Robert, um artista de muitos talentos e amante do estilo de vida carioca, que tem o Rio como fonte de sua inspiração. Ao longo desses 18 anos, a feira foi montada em locais como Fundição Progresso, Píer Mauá, Forte de Copacabana, Marina da Glória, e Jockey Club.
Uma antiga edição da feira, no Forte de Copacabana (Foto: Divulgação/Sheila Guimarães)“Nosso maior desafio no início era mostrar ao carioca que, para estar na moda, não precisava apenas usar o que as poucas grandes marcas colocavam em suas vitrines. Com a chegada da Babilônia Feira Hype, ajudamos o carioca a sair da mesmice imposta pela ditadura destas grandes marcas que monopolizavam o mercado: quem não usava a calça jeans da marca tal, ou o vestido daquela outra marca, estava fora da moda”, lembra Robert.
A Babilônia Feira Hype lançou marcas hoje conhecidas, e com rede de lojas nos melhores pontos da cidade, como Espaço Fashion, Foxton, Alessa, Totem, Zizane, Lupa-lupa, D'autore, Gilson Martins, Juliana Faro, Dress to, Q-guai com destaque para Farm, Via Mia e Reserva, que se tornaram cases de sucesso no mercado nacional.
“Até hoje, uma nova geração de estilistas vindos da feira vem chegando e conquistando espaço, abrindo lojas na cidade. Um bom exemplo é a marca de moda masculina Capi, que conquistou a confiança de um sócio investidor, após mostrar durante dois anos de participação na Feira Hype o crescimento da marca. Só então, em 2013, abriu sua primeira loja em ponto nobre de Ipanema. Agora em novembro inaugura sua segunda loja no Shopping Rio Sul”, comemora Molinari.
O modelo inovador ganhou indicação aos Prêmios Endeavor (2004) na categoria novos empreendedores de sucesso e ao Prêmio Faz a Diferença O Globo/Fecomércio (2005), na categoria de Melhor Case de Moda. Em janeiro de 2000, a Câmara Municipal do Rio de Janeiro aprovou a Lei Municipal de Regulamentação 3005, que “reconhece a Babilônia Feira Hype como de interesse cultural, turístico e social para a Cidade do Rio de Janeiro”.
A história da feira e das marcas que ali surgiram está no livro “Feira Hype, uma Babilônia carioca”, assinado pela jornalista Iesa Rodrigues, com coordenação e produção da Hype Art Produções.
Histórias e lembranças
Os idealizadores da feira relembram histórias de clientes famosos. A atriz e humorista Dercy Gonçalves, que morreu em 2008, queria ajudar o neto a montar um estúdio de som e recorreu à Babilônia para realizar um bazar vendendo vestidos que usou em seus filmes e peças. Eles acabaram sendo comprados pelo figurinista Claudio Tovar para compor o figurino da peça “South American Way”, de Miguel Falabella, sobre a vida de Carmem Miranda, pelo qual foi premiado.
Já a cantora de Zezé Motta comemorou seus 30 anos de carreira com uma exposição de fotos, prêmios e objetos curiosos de sua carreira.
Na edição do Dia das Mães de 2002, Cássia Eller, que frequentava a Feira Hype, e havia falecido no ano anterior, foi homenageada com uma exposição de fotos, e a sua companheira, Eugenia Vieira Martins, foi eleita Mãe Hype 2002, época em que vivia a polêmica batalha judicial para obter o direito de maternidade de Chicão, filho de Cássia, na ocasião com 8 anos. Outras Mães Hype foram Lucinha Araújo e Elba Ramalho.
Ana Carolina, ainda desconhecida do grande público, lançou seu CD na Rádio Hype, que recebeu ainda artistas como Frejat, Adriana Calcanhoto, Lobão, O Rappa, Zeca Baleiro, Lenine, Daúde, Preta Gil, Moska, Marina Lima e outros.
No primeiro Arraiá Hype, realizado no Jockey Club, na Zona Sul, em 1998, bem durante a Copa do Mundo, a cantora Baby do Brasil casou-se com o ator José de Abreu usando vestido verde amarelo criado por Gilson Martins.
O ator Thiago Lacerda trabalhou na montagem do estande de joias de sua mulher Vanessa Lóes durante várias edições da feira.
Outra que trabalhou na feira, mas antes da fama, foi atriz Carol Castro. Ela foi recepcionista no Espaço Místico, onde sua mãe, Cecíla Castello Branco, fazia massagens zen. Já o cineasta Domingos Oliveira escolheu a Feira Hype para locação do seu filme “Amores”.
Serviço
Edição Especial Comemorativa pelos 18 anos e Natal Hype
6 e 7 de dezembro
Das 14h às 22h
Clube MOnte Líbano
R$ 10
Edição Especial Natal Hype
21 de dezembro
Das 12h às 21h
Shopping Cittá America
Entrada franca
Na Babilônia Feira Hype, espaço também para as artes gráficas (Foto: Divulgação/Sheila Guimarães)
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