por
Chayenne Guerreiro
Publicada em TRIBUNA DA BAHIA
Foto: Francisco Galvão
Os baianos estão tendo que esperar até quatro meses para
poder realizar uma perícia médica e conseguir um benefício do Instituto
Nacional do Seguro Social (INSS). A Tribuna tentou fazer o agendamento e em consulta feita na manhã de ontem no site do Ministério da Previdência, a data mais próxima disponível para perícia era 17 de novembro, na agência da previdência social em Brotas.
A funcionária pública, Nilza Souza, assumiu a responsabilidade de cuidar do sobrinho que possui deficiência mental, e há três meses tenta fazer a marcação da pericia médica, com a esperança de conseguir um auxílio financeiro. “Ele passa por tratamento particular da doença, mas com a dificuldade que estamos tendo, fica complicado. Hoje vim aqui, tentar fazer a marcação da pericia, há três meses tento e ainda não consegui,” conta.
A doméstica Kátia Dantas passa por um problema parecido. Há quatro meses ela tenta o atendimento médico para o marido, que sofre de esquizofrenia, na manhã dessa segunda-feira (28/7), ela finalmente conseguiu que ele passasse pela perícia. “Ele sofre de esquizofrenia, tem convulsões, sai pela rua, tem crises, pega as facas em casa e tenta me matar, mas tudo isso é por causa da doença, por que ele é uma pessoa boa,” relata à doméstica.
Segundo Dantas, todo o processo já passa dos três anos. “Já tem três anos que estamos tentando esse benefício. Junto com as negativas e o tempo de espera, já se passou todos esses anos. Ele não trabalha, eu sou doméstica, precisamos desse dinheiro pra comprar remédios, comida, para sobreviver,” diz emocionada.
A doença da secretaria do lar, Paulina de Sena, é diferente, mas as dificuldades encontradas são as mesmas, desde fevereiro na luta para passar pela perícia na expectativa de conseguir um afastamento do trabalho. “Esses meses todos sem conseguir trabalhar, sem ter o afastamento, e sem receber salário. Para sobreviver tá impossível. Hoje, finalmente, vou ser atendida. Se não fosse a ajuda da minha patroa, dos meus amigos e familiares, estava passando fome,” relata Sena.
De acordo com Instituto Nacional do Seguro Social, o grande problema é a falta de peritos, não só na Bahia, mas também no Brasil. Em dados nacionais, nos últimos três anos, o número de peritos que deixaram de trabalhar por aposentadoria, morte ou exoneração foi de 1.411. Não preocuparia tanto, se o último concurso para o cargo tivesse sido feito em 2011 e contratado apenas 516 médicos.
Sem funcionários para atendimento
Em Salvador, a dificuldade é parecida. “São apenas 83 profissionais, que realizam não só a pericia, mas todas as outras atividades que o INSS tem que desempenhar. Atendemos não só a capital, mas todas as cidades que vão até a Esplanada.
São 22 agências, e diariamente atendemos 700 pessoas que estão em busca de algum tipo de pericia, 75% dos procedimentos realizados pelo INSS precisam passar por perícia,” explica a médica, Márcia Prado, chefe substituta do Serviço de Saúde de Salvador.
Ainda segundo Prado, para conseguir agilizar a demanda de pacientes, apenas na capital, seriam necessários mais 25 médicos. Em dados nacionais, esse número sobe para seis mil peritos. “Em um mundo ideal, seria necessário um aumento de 30% no quadro de funcionários. Mas é complicado, além de tudo ainda tem a questão da insegurança. Médicos são constantemente agredidos e agências têm que ser fechadas por conta disso, e isso só atrasa mais o atendimento,” pontua a médica.
Atualmente, segundo dados do INSS, são realizados cerca de sete milhões de perícias por ano e concedidos 417 mil benefícios por mês, sendo 53% destes por incapacidade. O tempo de espera entre a solicitação e a perícia, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), deve ser de 15 dias.
A funcionária pública, Nilza Souza, assumiu a responsabilidade de cuidar do sobrinho que possui deficiência mental, e há três meses tenta fazer a marcação da pericia médica, com a esperança de conseguir um auxílio financeiro. “Ele passa por tratamento particular da doença, mas com a dificuldade que estamos tendo, fica complicado. Hoje vim aqui, tentar fazer a marcação da pericia, há três meses tento e ainda não consegui,” conta.
A doméstica Kátia Dantas passa por um problema parecido. Há quatro meses ela tenta o atendimento médico para o marido, que sofre de esquizofrenia, na manhã dessa segunda-feira (28/7), ela finalmente conseguiu que ele passasse pela perícia. “Ele sofre de esquizofrenia, tem convulsões, sai pela rua, tem crises, pega as facas em casa e tenta me matar, mas tudo isso é por causa da doença, por que ele é uma pessoa boa,” relata à doméstica.
Segundo Dantas, todo o processo já passa dos três anos. “Já tem três anos que estamos tentando esse benefício. Junto com as negativas e o tempo de espera, já se passou todos esses anos. Ele não trabalha, eu sou doméstica, precisamos desse dinheiro pra comprar remédios, comida, para sobreviver,” diz emocionada.
A doença da secretaria do lar, Paulina de Sena, é diferente, mas as dificuldades encontradas são as mesmas, desde fevereiro na luta para passar pela perícia na expectativa de conseguir um afastamento do trabalho. “Esses meses todos sem conseguir trabalhar, sem ter o afastamento, e sem receber salário. Para sobreviver tá impossível. Hoje, finalmente, vou ser atendida. Se não fosse a ajuda da minha patroa, dos meus amigos e familiares, estava passando fome,” relata Sena.
De acordo com Instituto Nacional do Seguro Social, o grande problema é a falta de peritos, não só na Bahia, mas também no Brasil. Em dados nacionais, nos últimos três anos, o número de peritos que deixaram de trabalhar por aposentadoria, morte ou exoneração foi de 1.411. Não preocuparia tanto, se o último concurso para o cargo tivesse sido feito em 2011 e contratado apenas 516 médicos.
Sem funcionários para atendimento
Em Salvador, a dificuldade é parecida. “São apenas 83 profissionais, que realizam não só a pericia, mas todas as outras atividades que o INSS tem que desempenhar. Atendemos não só a capital, mas todas as cidades que vão até a Esplanada.
São 22 agências, e diariamente atendemos 700 pessoas que estão em busca de algum tipo de pericia, 75% dos procedimentos realizados pelo INSS precisam passar por perícia,” explica a médica, Márcia Prado, chefe substituta do Serviço de Saúde de Salvador.
Ainda segundo Prado, para conseguir agilizar a demanda de pacientes, apenas na capital, seriam necessários mais 25 médicos. Em dados nacionais, esse número sobe para seis mil peritos. “Em um mundo ideal, seria necessário um aumento de 30% no quadro de funcionários. Mas é complicado, além de tudo ainda tem a questão da insegurança. Médicos são constantemente agredidos e agências têm que ser fechadas por conta disso, e isso só atrasa mais o atendimento,” pontua a médica.
Atualmente, segundo dados do INSS, são realizados cerca de sete milhões de perícias por ano e concedidos 417 mil benefícios por mês, sendo 53% destes por incapacidade. O tempo de espera entre a solicitação e a perícia, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), deve ser de 15 dias.
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