Máquina é feita com peças de caminhão e outros utensílios.
Família consegue faturar uma média de R$ 2,5 mil por mês.
Manoel criou engenhoca para retirada de óleo de frutas nativas do Acre (Foto: Genival Moura/ G1)
Morador no município de Mâncio Lima
(AC), no extremo oeste do Brasil, o aposentado Manoel Bezerra de Souza,
de 66 anos, resolveu criar uma máquina para extrair óleos vegetais de
frutas típicas da floresta amazônica, entre elas buriti e açaí. A
engenhoca foi feita com peças de caminhão e outros utensílios e é capaz
de extrair até 502 litros de óleo por dia.O autônomo, que também já é aposentado como trabalhador rural, explica que assistia a um programa de televisão quando observou uma mini prensa, e pensou que aquele equipamento seria muito útil, mas estava fora de suas condições financeiras. “Fui juntando as peças de um caminhão velho, engrenagens de um engenho de cana-de-açúcar, comprei um moinho de açougue e outros utensílios. Fui fazendo adaptações e testes ao longo de dois anos até encontrar um jeito que funcionasse da maneira planejada”, relata o autônomo.
Para completar o processo, seu Manoel adaptou outros equipamentos conforme a necessidade. “Tenho aqui também um moinho manual, mas fiz adaptações fabricando peças no torneiro mecânico e consegui deixar ele elétrico. Serve para processar sementes menores como amendoim, gergelim, maracujá e outras”, explica o autônomo.
Manoel fatura uma média de R$ 2,5 mil por mês (Foto: Genival Moura/ G1)
São vários os produtos da floresta utilizados na fábrica do autônomo.
Os sabonetes de amargoso, copaíba, andiroba, murmuru e tucumã são
bastante procurados pela população local e por pessoas que visitam o
município.“A minha mulher só quer lavar roupas se for usando o sabão do seu Manoel, ela disse que dá muita espuma, limpa muito bem e deixa a roupa cheirosa. Na minha casa foi muito aprovado e ninguém aceita outro”, diz sorrindo o agricultor, Edino Ferreira Guedes, de 57 anos, morador no mesmo município.
Inicialmente, os produtos eram vendidos apenas para os vizinhos, mas há alguns anos a extração de óleos e fabricação dos produtos se tornaram a principal fonte de renda da família do produtor.
“A gente fatura uma média de R$ 2,5 mil por mês e sempre sou convidado a participar de feiras e congressos em outros estados, o que abre uma perspectiva maior de negócios. Sempre recebo visitas e palestro para estudantes e até técnicos que se interessam pelo meu projeto sustentável”, conclui.
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