Questão coloca a palavra 'gasolina' escrita com 'z'
em prova deste sábado (26), do Enem (Foto:
Reprodução)
Neste sábado (26), uma questão da prova de Ciências Humanas e suas
Tecnologias relacionada ao governo de Juscelino Kubitschek mostra na
charge do cartunista baiano Djalma Pires Ferreira, que assinava como
Théo, a palavra gasolina com "z", em vez de trazer a escrita atual, que é
com "s". A grafia chamou a atenção de alguns candidatos que prestaram a
prova. Alguns, nas redes sociais, até brincaram com a situação, falando
que "aprenderam no Enem" a nova forma de se escrever.
Procurado pelo
G1, o MEC afirmou que a charge foi
inserida na íntegra na prova deste sábado, e que tem um contexto
histórico e irônico. O ministério lembrou ainda que outra palavra
("doutô") também aparece fora da norma culta na charge.
O professor de história do Brasil da UFRJ, Renato Lemos, que compilou
charges no livro apontado pelo Enem como local de onde extraiu o
desenho, "Uma história através da caricatura (1840-2001)", afirma que a
palavra foi escrita desta forma pelo autor. "A charge foi publicada em
1960, depois da primeira reforma ortográfica, que foi em 1943 e que
definiu gasolina com 's'. Mas as pessoas, por um bom tempo, ainda usaram
'gás' e 'gasolina', por exemplo, com 'z'", afirma.
Aluno brinca com a grafia da palavra gasolina
no Enem (Foto: Reprodução/Twitter)
O livro, segundo o professor, é usado em muitos vestibulares por conter
charges que refletem vários períodos históricos do país. Mas, ele
afirma, que não foi avisado pelo MEC que sua obra seria utilizada na
prova.
O Professor Sérgio Nogueira, colunista do
G1, afirma
que a palavra nunca foi escrita com "z", nem mesmo na época em que a
charge foi publicada, em 1960. "Antes de 1943, não havia registro das
palavras. Mas depois aconteceu a reforma ortográfica. Pode ser uma
ironia do chargista", conta.
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