Eles querem mudar lei de 1906, que só permite abertura em certas áreas.
Contrários à mudança defendem direito ao descanso nesse dia da semana.
Turistas passam por lojas fechadas no bairro de Montmartre, em Paris (Foto: Christian Hartmann/Reuters)
Todos os domingos em Paris, multidões de turistas sobem as ladeiras de
Montmartre para ver a Basília Sacre-Coeur, parando pelas lojas de roupas
e souvenir de suas ruas de pedra.Pela lei sobre o comércio aos domingos na cidade, que é de 1906, as lojas que ficam no alto da ladeira estão em uma área oficialmente turística e podem abrir nesse dia da semana, mas as de baixo não podem, sob pena de pagar 6 mil euros de multa.
"É um absurdo", diz Sylvie Fourmond, porta-voz de um grupo de 180 lojas na região do Moulin Rouge e de Montmartre que estão desafiando cada vez mais essa lei.
As famosas Galerias Lafayette não podem abrir no
domingo, por não estarem em região oficialmente
turística (Foto: Christian Hartmann/Reuters)
A batalha em relação ao comércio domingueiro nesse bairro da capital
francesa é parte de uma luta mais ampla no país, que opõe os partidários
de que a lei seja revogada a aqueles que defendem o modelo social que
impera até agora, protegendo o tempo livre dos franceses.domingo, por não estarem em região oficialmente
turística (Foto: Christian Hartmann/Reuters)
Associações que defendem o trabalho de 35 horas semanais e a Igreja Católica sempre se opuseram ao comércio aos domingos. Mas, à medida que a recessão aumenta, a opinião pública está mudando.
Uma pesquisa feita pela Ipsos em novembro do ano passado mostrou que 63% dos franceses são favoráveis a afrouxar as leis sobre o tema. Várias centenas de trabalhadores de lojas foram às ruas em maio deste ano pedindo o direito de trabalhar no domingo.
Recessão
Na Europa, as leis sobre o tema variam. Na Alemanha e na Áustria, por exemplo, lojas ainda não podem abrir aos domingos. Na Grã Bretanha, as leis ficaram mais permissivas desde 1994, e países em recessão estão relaxando as regras – caso da Itália no ano passado e da Grécia neste mês.
Os que se opõem dizem que a abertura aos domingos gera subemprego e baixos salários para os trabalhadores e aumentaria os aluguéis comerciais, ameaçando a existência das pequenas lojas que dão charme a Paris e a outras cidades francesas.
Uma lei de 2009, decretada no governo do ex-presidente Nicolas Sarkozy, deu aos prefeitos o poder para estender as áreas de lojas que podem abrir aos domingos. Mas, até agora, os prefeitos têm demonstrando pouco entusiasmo sobre o tema – o prefeito de Paris, por exemplo, recusou-se a aumentar as áreas com comércio permitido nesse dia da semana.
Por enquanto, a batalha está ocorrendo na Justiça.
Sindicatos vêm patrulhando as lojas aos domingos e levando os casos irregulares às cortes, mas milhares de trabalhadores e gerentes foram às ruas. Eles argumentam que as vendas no domingo respondem por 1/5 de seus lucros, e que esse dinheiro não pode ser recuperado em dias de semana.
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