Com mais de 12 mil associados e faturamento de 6 milhões de reais ao ano, os principais clubes de cerveja ajudam na expansão e no conhecimento de bebidas que vão muito além das conhecidas ‘loiras geladas’
Márcio Kroehn VEJA
Os clubes de cerveja tentam apresentar uma grande variedade de tipos e rótulos da bebida para os associados
(Thinkstock)
Os associados do clube Have a Nice Beer recebem uma revista inspirada na americana New Yorker com o kit
Um exemplo é o Clube do Malte, uma loja especializada em cervejas artesanais de Curitiba, no Paraná, que recebe 35 000 visitantes por mês e envia, periodicamente, informações e promoções para 15 000 pessoas. Desde 2011 a loja possui 20 tipos diferentes de kits que podem ser adquiridos pela internet, mas há apenas quatro meses foi criado o serviço de assinatura mensal, chamado de beerpack. Nesse período, conquistou quase 600 adeptos. Nos próximos meses, os esforços estarão concentrados em transformar os consumidores da loja em assinantes do clube. Outro mercado que todos buscam é atrair associados de cidades onde não existem empórios especializados em cerveja artesanal. “Os clubes são a opção mais acessível para quem mora longe das principais capitais, como São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre ou Curitiba”, diz o importador Gilberto Tarantino.
Porém, o diferencial de cada clube está no que eles chamam de proposta de valor. Parece algo imperceptível, mas é parte da identificação do associado com o serviço. O Have a Nice Beer trabalha apenas com rótulos inéditos no mercado brasileiro. Para isso, o planejamento é realizado com cinco meses de antecedência – pode ser pela necessidade de importação ou pela produção de uma bebida especial com um fabricante nacional. Por outro lado, o CluBeer aposta na diversificação entre novidades e campeões de venda. O importante é montar uma seleção que tenha uma história, como neste mês de Páscoa. Em março, a belga Chimay, que já é conhecida no país, foi uma das selecionadas pelas especialistas em cerveja e sócias do clube, Kathia Zanatta e Cristiana Bratt.
O crescimento dos clubes acompanha a expansão das fabricantes de cervejas especiais no país. No ano passado, o mercado brasileiro conheceu aproximadamente 180 novos rótulos da bebida e ultrapassou a marca de 1000 rótulos diferentes à venda, entre nacionais e importados. Além disso, nove microcervejarias começaram a produzir com autorização do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Esses dois mercados criaram uma oportunidade de trabalho em conjunto: cervejas exclusivas para os clubes em parceria com as microcervejarias, em lotes de 1000 a 5000 garrafas. No final do ano passado, os associados da Have a Nice Beer receberam a Have a Nice Season, uma bebida de estilo belga preparada em parceria com as cervejarias cariocas Duas Cabeças e Mistura Clássica. A curitibana Bodebrown elaborou a Cerveja do Amor, com trigo e amora, para o CluBeer. E a também curitibana GaudenBier elaborou para o Clube do Malte a cerveja de estilo porter Chicago Blues. “A parceria com os clubes é estimulante para os mestres cervejeiros”, diz Eduardo Bier, sócio da Dado Bier, que prepara uma cerveja exclusiva para um clube que ainda não pode ser divulgada.
Os kits de cervejas do Clube do Malte vêm com um copo ou um alimento para harmonização
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