MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Sem leito em hospital do DF, baleado espera em corredor há três dias


Homem levou tiros no pé e no ombro enquanto soltava pipa com o filho.
Saúde confirma falta de vaga, mas diz que ele está recebendo tratamento.

Raquel Morais Do G1 DF
Por falta de leito, um homem de 27 anos que foi baleado no ombro e no pé é atendido no corredor do Hospital Regional de Taguatinga, no Distrito Federal, desde domingo (6). Segundo a esposa dele, que não quis ser identificada, há mais quatro pacientes na mesma situação. A Secretaria de Saúde confirmou não haver vaga, mas disse que o paciente está recebendo o tratamento necessário.
O homem teria sido atingido por um adolescente enquanto estava com o filho e dois irmãos em um campo de futebol do Riacho Fundo II. “O menino chegou nervoso, dizendo que meu marido cortou a pipa dele. Ele foi para bater no meu marido, que se defendeu e bateu no adolescente. Aí o rapaz foi embora e depois voltou armado. Ele atirou seis vezes, mas só dois tiros pegaram”, explica a mulher.
Os primeiros socorros foram prestados na regional de Samambaia, onde o paciente recebeu um aparelho para drenagem torácica. A esposa disse que depois ele teve que ser transferido porque estava com uma fratura exposta e precisava ser operado, o que não ocorreu.
“Ele foi levado no domingo mesmo para Taguatinga. De domingo para segunda ele dormiu em uma cadeira no corredor, dessas de escritório. Só ontem de manhã que conseguiram a poltrona.”
De acordo com a secretaria, o paciente não foi operado no Hospital de Taguatinga porque, quando chegou à unidade, a fratura estava exposta há mais de sete horas e a cirurgia aumentaria as chances de infecção. A pasta informou que atualmente ele recebe antibiótico e anestesia e que ele deverá ser avaliado novamente para verificar a possibilidade de realizar a intervenção.
A esposa disse ao G1 que o homem reclamou de dores na manhã desta terça, mas não havia médico para medicá-lo. No começo da tarde, ela teria procurado um profissional.
“Ele disse que está muito lotado, que está cheio demais. Ele falou que está difícil, não explicou o motivo, mas disse que está bem difícil”, conta. “O que posso dizer é que é realmente muito difícil. Ontem havia um paciente neste mesmo corredor que recebia soro sentado no chão.”
A Secretaria de Saúde não se manifestou a  respeito das outras pessoas que são atendidas no corredor nem sobre o homem que recebeu soro sentado no chão.
Sem atendimento
Comunicados enviados por cinco unidades públicas de saúde do Distritito Federal à Central Integrada de Atendimento e Despacho (Ciade) do Corpo de Bombeiros indicam que houve problemas no atendimento a pacientes neste domingo (6) por causa da falta de médicos.
Segundo reportagem do Bom Dia DF, a Ciade recebeu relato de falta de médicos em Ceilândia, Samambaia, Recanto das Emas, Santa Maria e Brazlândia. Em alguns casos, as unidades de saúde pediram que a central não enviasse pacientes por causa da ausência de profissionais para realizar atendimento.
O secretário-adjunto de Saúde, Elias Miziara, afirmou que as faltas serão alvo de uma sindicância. As punições podem variar de uma advertência a exoneração do cargo.

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