Lojas contratam profissionais para criar looks para os clientes.
Modelos exlusivos são criados a partir do gosto do folião.
Herick Roberto e Jonas Laurentino já produziram as fantasias do grupo de amigos.
(Foto: Priscila Miranda / G1)
Quem não quer passar o carnaval com uma fantasia igual a de outros
foliões tem a opção de inventar a própria roupa. Sabendo disso, as lojas
do centro do Recife
se preparam desde cedo para receber os clientes criativos que compram o
tecido para confeccionar e montar o próprio look. Mas, antes de vestir a
fantasia e cair na folia, existem profissionais que criam modelos
exclusivos ao gosto do cliente: são os estilistas das lojas de tecido,
que nesta época do ano chegam a fazer quase 30 desenhos por dia e se
viram como podem para atender aos pedidos mais inusitados para o
carnaval.(Foto: Priscila Miranda / G1)
As estilistas da loja Jurandir Pires, localizada na Rua das Calçadas, no bairro de São José, no centro do Recife, contam que muitas pessoas chegam indecisas sobre a fantasia que querem fazer. “Muita gente não tem ideia do que vai vestir no carnaval, chega aqui e pede para nós desenharmos algo”, conta Regina Celi, que há 22 anos trabalha com o desenho de figurino.
Para ajudar os que ficam em dúvida, as profissionais dizem que é preciso avaliar o perfil do cliente antes de dar um palpite sobre qual fantasia desenhar. “A gente vê o tipo da pessoa, o físico dela e o comportamento para dar a sugestão”, informa Edilene Gomes, há 13 anos no ofício.
As desenhistas Edilene e Regina usam a criatividade para
sugerir modelos para foliões. (Foto: Priscila Miranda / G1)
Para ter direito ao serviço, o cliente precisa comprar algum tipo de
tecido da loja. A dupla se reveza nos horários do estabelecimento, que
funciona de segunda a sábado, das 8h30 às 18h30. Elas falam que, ao
longo desses anos trabalhando com o desenho de modelos de roupa, já
pegaram clientes que as deixaram confusas na hora de colocar a ideia no
papel. “Outro dia veio um grupo querendo que eu desenhasse uma fantasia
de azeite extravirgem, igual a uma garrafa mesmo. Nunca tinha feito, mas
achei muito inusitado”, lembra Regina. Já Edilene explica que teve um
pouco de dificuldade para fazer uma fantasia do filme ‘Piratas do
Caribe’. “Foi a mais difícil de fazer, o cliente queria igual ao
personagem do filme.”sugerir modelos para foliões. (Foto: Priscila Miranda / G1)
Para este ano, as duas adiantam que as fantasias mais procuradas são as tradicionais cigana, havaiana e pedrita, mas com uma exceção. “Dois cliente já vieram atrás de desenho de fantasia de escocês. Os homens usando saia de escocês é uma novidade para mim nesse carnaval”, revela Regina.
Na loja A Brasileira, na Rua da Penha, continuação da Rua das Calçadas, no bairro de São José, o estilista Glaucio Zamorano trabalha de segunda a sábado, das 8h às 18h, à disposição da clientela que irá confeccionar a própria roupa de carnaval. Assim como na Jurandir Pires, é preciso comprar no estabelecimento para ter direito ao serviço do artista.
Glaucio conta que quase apanhou de um cliente.
(Foto: Priscila Miranda / G1)
Glaucio, além de desenhar, faz arranjos e adereços carnavalescos. A
indecisão dos foliões do que vestir no Carnaval também o faz ter que se
virar para agradá-los. “Tenho que descobrir o gosto da pessoa. Por
exemplo, as mulheres mais velhas não querem sair de pernas de fora,
então desenho um vestido comprido”, explica.(Foto: Priscila Miranda / G1)
Há 20 anos no ramo, o artista conta que a procura por desenhos de fantasia para o carnaval 2013 começou ainda em dezembro do ano passado. Glaucio diz que, quando chega mais perto ainda da data, as filas ficam grandes para se conseguir um desenho dele. “Uma vez quase apanhei aqui por causa de um cliente que saiu e depois voltou para a fila. O pessoal fez confusão por causa da demora em ser atendido”, relembra.
Do próprio jeito
A ideia de fazer o próprio modelito pode vir de várias maneiras, mas os foliões sempre querem a originalidade como elemento que destaque a peça. A estudante Crislayne Costa resolveu desenhar pela primeira vez a fantasia que irá usar neste Carnaval. “Eu geralmente faço com uma costureira, porque eu não encontro um modelo pronto da maneira como eu imagino”, fala.
Para brincar em São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife, a estudante decidiu que vai sair de diabinha, uma fantasia que ela acredita que vá gastar R$ 50 para confeccionar.
A estudante Crislayne Costa vai brincar o Carnaval fantasiada de diabinha. (Foto: Priscila Miranda / G1)
Cliente fiel do estilista Glaucio quando o assunto é roupa carnavalesca, a cabelereira Walesca Queli há oito anos desenha a fantasia com o estilista. A deste ano ainda não foi definida, mas ela garante que criatividade não vai faltar. “A ideia sempre é da minha cabeça, mas eu pesquiso muito na internet para fazer o desenho do jeito que eu quero”, afirma. Walesca garante que seus trajes fazem sucesso quando ela vai ao Baile dos Artistas. “Já saí de odalisca, Carmen Miranda. No ano passado foi de pirata e chamei muita atenção das pessoas”, conta orgulhosa.
Para montar a fantasia toda, a cabelereira não poupa dinheiro. “Gasto cerca de R$ 1,5 mil todo ano, mas acho que esse eu vou gastar mais”, diz. A justificativa para a gastança, garante, faz bem a ela. “Você tem que agradar a si próprio e eu gosto de me agradar. Faço do jeito que eu quero”.
Os amigos Herick Roberto e Jonas Laurentino de Oliveira também fazem há um bom tempo as próprias fantasias e, antes, vão até as estilistas Edilene e Regina para colocar no papel a criatividade. “A gente brinca o Carnaval e, quando acaba, a gente já pensa no próximo ano”, se entusiasma Jonas.
A brincadeira deles é sempre entre amigos e familiares, que todo ano saem fantasiados iguais para curtir o Galo da Madrugada e as ladeiras de Olinda. Em 2013, os homens do grupo se vestirão de Peter Pan e as mulheres/meninas de Sininho. “É mais cara a fantasia pronta e às vezes nem é tão bonita, o design não é legal”, explica Herick, que acha que não vai gastar nem R$ 50 reais na confecção na roupa de Peter Pan.
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