MEDIÇÃO DE TERRA

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domingo, 7 de outubro de 2012

Paes deve se reeleger com votação recorde


Confirmadas as pesquisas, prefeito do Rio será o mais votado desde a redemocratização

Alfredo Junqueira / RIO - O Estado de S.Paulo
O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), deve se reeleger neste domingo, 07, em primeiro turno com uma votação consagradora. De acordo com a pesquisa mais recente, ele poderá obter 67% dos votos válidos. Se confirmado, o resultado fará do jovem peemedebista de 42 anos o político mais bem votado na capital fluminense desde a redemocratização.
Líder desde o início das pesquisas eleitorais, Paes encerrou a campanha na zona norte do Rio - Tasso Marcelo/AE
Tasso Marcelo/AE
Líder desde o início das pesquisas eleitorais, Paes encerrou a campanha na zona norte do Rio
Paes nunca acreditou que pudesse perder essa eleição. Ainda no início da campanha, brincava que se jogaria pela janela caso fosse derrotado. Ontem, ao encerrar a campanha em Madureira, zona norte, ao lado do governador Sérgio Cabral (PMDB), do vice Luiz Fernando Pezão, dos senadores Francisco Dornelles (PP) e Lindbergh Farias (PT) e do ministro da Pesca, Marcelo Crivella (PRB), Paes foi diplomático e não quis cantar vitória em público "em respeito aos adversários, à população e ao eleitor".
As pesquisas sempre apontaram o favoritismo do prefeito. Seu índice mais baixo foi de 47% em agosto, enquanto os rivais somavam 24%. Principal adversário de Paes, o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) conseguiu só nos últimos dias chegar aos 27%. "Foi uma campanha pedagógica do início ao fim", disse Freixo ontem, em ato no Maracanã.
A vitória de Paes confirmará a hegemonia do PMDB no Rio. Trata-se da quarta conquista consecutiva do partido em eleições majoritárias. Além das campanhas de Paes, a legenda ganhou duas vezes o governo com Cabral.
O pleito deste domingo também confirma a derrocada de três forças que dominaram a cena política no Rio nos anos de 1990 e na primeira metade da década de 2000. A chapa que uniu os filhos do ex-prefeito Cesar Maia (DEM) e do ex-governador Anthony Garotinho (PR) somou rejeições e deve ter desempenho pífio. Rodrigo e Clarissa não devem superar os 2%, segundo as pesquisas. Resultado similar ao de Otávio Leite, do PSDB - sigla que governou o Estado com Marcello Alencar entre 1995 e 1998.
Apesar do excelente desempenho nas pesquisas, Paes controlou o tempo todo o excesso de otimismo. Ele manteve a rotina de trabalho com reuniões a partir das 7h e compromissos de campanha até meia-noite. Dividia seu tempo entra o dia a dia da Prefeitura e a agenda de candidato.
Às vezes, até com eventos secretos, como uma festa em Jacarepaguá em companhia dos polêmicos irmãos Brazão - Domingos (deputado estadual) e Chiquinho (vereador) - ou uma caminhada acompanhado do candidato a vereador do PT Marcelo Sereno, que foi chefe de gabinete do ex-ministro José Dirceu.
Cautela. Paes é supersticioso. Apesar de exibir autoconfiança até com bravatas suicidas, ele não permitiu, por exemplo, que fossem marcados compromissos nas próximas semanas em que fosse convidado na condição de reeleito. A cautela é justificada pelo trauma provocado pela vitória apertada obtida em 2008, quando Paes se elegeu batendo a onda verde de Fernando Gabeira (PV) por 55 mil votos (1,66%), numa disputa em que também era favorito.
Para evitar surpresas, Paes montou uma campanha com estrutura de TV de primeira linha e dividiu a cidade em setores nos quais contou com a ajuda dos principais aliados: Cabral cuidava da zona oeste; o presidente do PMDB, Jorge Picciani, da zona norte, e caciques petistas, como Lindbergh e o secretário estadual de Meio Ambiente, Carlos Minc, da zona sul.
Os programas eleitorais na TV, coordenados pelo antropólogo e publicitário Renato Pereira, pareciam produções cinematográficas e apresentavam obras e projetos sempre na perspectiva de um eleitor beneficiado.
Nem mesmo problemas como os precários serviços de saúde provocaram perda de voto. Seus adversários chegaram a explorar o tema, mas Paes conseguiu reverter a crítica: pediu mais tempo - ou seja, votos - para completar o trabalho.

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