MEDIÇÃO DE TERRA

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domingo, 7 de outubro de 2012

PSB busca vitória já no 1º turno no Recife, por espaço em 2014


Governador pernambucano Eduardo Campos quer um papel na sucessão de Dilma mas vê perigo tucano

Sergio Torres e Ângela Lacerda
Na tentativa de resolver a eleição no Recife neste domingo, 7, o PSB do governador Eduardo Campos e do líder nas pesquisas, Geraldo Júlio, pôs a militância nas ruas nos últimos dias. A vitória de Júlio no primeiro turno será um trunfo do governador em seus planos nacionais para 2014. Em caso de segundo turno, a disputa deverá ficar entre o socialista e o candidato do PSDB, Daniel Coelho. Amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o senador Humberto Costa é o virtual derrotado da eleição recifense.
Possibilidade de vitória ainda no primeiro turno, Campos (dir.) passou a ir a eventos com Júlio - Divulgação
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Possibilidade de vitória ainda no primeiro turno, Campos (dir.) passou a ir a eventos com Júlio
Presidente nacional do PSB, Campos interpreta a vitória de Júlio como reforço ao desejo de ter papel expressivo em dois anos na sucessão da presidente Dilma Rousseff. A ideia é que, caso não seja candidato à Presidência, o governador integre a chapa de Dilma, como vice-presidente.
Nos últimos dez dias, Campos intensificou a presença na campanha. Percorreu bairros populares com Júlio, escolhido para liderar a coligação Frente Popular do Recife, que reúne 14 legendas, um dia antes do prazo final. A coligação programou no fim de semana grandes aglomerações em pontos como a orla da Boa Viagem, feiras livres, o Marco Zero e o entorno do Estádio dos Aflitos.
A mais recente pesquisa Ibope apontou Júlio à frente com 39% das intenções de voto, ante 24% de Coelho e 16% de Costa. O comando do PSB sustenta que pesquisas internas indicam que o candidato tem mais votos do que o registrado pela pesquisa. Daí a decisão de reforçar a campanha.
Ex-secretário do Planejamento e do Desenvolvimento Econômico de Campos, Júlio tem perfil de gestor. Funcionário concursado do Tribunal de Contas de Pernambuco, começou a trabalhar na administração nos anos 1990.
Articulado, com discurso destacando temas como sustentabilidade, Coelho teve forte crescimento na reta final e ameaça os planos do PSB. Ele também intensificou a campanha e, na sexta-feira à noite, percorreu o centro, cumprimentando eleitores.
Racha. A situação de Humberto Costa é dramática. Em nenhuma capital o PT tem tanta hegemonia - controla a prefeitura há 12 anos. Mas o candidato parece vítima da crise iniciada em 2011, quando a cúpula nacional interveio no diretório local, cassando a prévia que apontara o prefeito João da Costa candidato à reeleição. O partido rachou. João Costa disse em público que tem dúvidas se votará no petista.
Campos disse que o PSB lançou candidato porque, se continuasse aliado a um PT despedaçado, perderia a eleição. Para ele, o PT não soube interpretar sinais emitidos pelo eleitor em 2010. "Dilma teve 41% dos votos, eu tive 76%. Armando Monteiro (senador eleito pelo PTB) teve mais votos que Humberto Costa. Marina (Silva, candidata a presidente) teve 36% dos votos no Recife. Ninguém viu campanha dela aqui. Foi a classe média e o voto evangélico que se juntaram e quase bateram Dilma."
Para o cientista político Tulio Velho Barreto, da Fundação Joaquim Nabuco, a ascensão de Coelho se deve a "resquícios da campanha de Marina". Para ele, o voto anti-PT, que iria para o DEM, migrou para o tucano porque ele mostrou mais força para chegar ao segundo turno. "Muitos passaram a ver em Coelho a chance de derrotar ao mesmo tempo o PT e o PSB do governador."

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