Em protesto, professores estaduais voltam a suspender aulas na Bahia
Esta é a segunda paralisação da categoria em menos de uma semana.
APLB pede pagamento de piso salarial e negociação com Governo.
Categoria se reuniu na manhã desta quarta-feira na Praça da Piedade (Foto: Imagem/ TV Bahia)
Os professores da rede pública de ensino da Bahia voltaram a suspender
as atividades nesta quarta-feira (3) para protestar contra o não
cumprimento da Lei do Piso e da falta de negociação do governo do estado
após o fim da greve dos docentes
em agosto, segundo informações do Sindicato dos Trabalhadores em
Educação do Estado da Bahia (APLB). Na sexta-feira (28), a categoria
também se mobilizou e não deu aula. Instituições de ensino como o Colégio Central e o Odorico Tavares ficaram com as salas vazias.
Colégios de Salvador como Odorico Tavares e
Central ficaram sem aulas nesta quarta
(Foto: Imagem/ TV Bahia)
Pela manhã, os professores se reuniram em protesto na Praça da Piedade, em Salvador.
Segundo a APLB não houve acordo com o governo sobre o reajuste
salarial. A greve terminou porque o estado aceitou readmitir os
professores demitidos durante os dias do movimento, além de devolver os
salários cortados durante quatro meses, e de ter retirado os processos
administrativos contra os professores em estágio probatório e os
processos judiciais contra a APLB.Central ficaram sem aulas nesta quarta
(Foto: Imagem/ TV Bahia)
O estado teria ainda aceitado devolver três meses de recursos da contribuição sindical retidos. "Sobre a contribuição sindical, o governo só devolveu dois meses, falta um", diz Rui Oliveira, presidente da APLB na Bahia.
A Secretaria da Educação (SEC) informou por meio de nota que uma
reunião está agendada com a APLB para a próxima semana e que o sindicato
foi comunicado por meio de ofício. A nota reafirma ainda a proposta
apresentada pelo governo de reajuste de 6,5% concedido em janeiro a
todos os servidores públicos, além de 7% este ano e mais 7% no início de
2013 de ganho real por meio de promoção por curso aos professores
licenciados. Segundo o governo, em maio de 2012 foram concedidos mais
4,66% aos professores no primeiro nível de carreira do magistério.
Professores paralisaram atividades por 115 dias
na Bahia (Foto: Reprodução/ TV Bahia)
Grevena Bahia (Foto: Reprodução/ TV Bahia)
A paralisação dos professores durou 115 dias na Bahia. Mais de um milhão de alunos ficaram sem aulas. Um novo calendário foi feito e as atividades do ano letivo de 2012 vão até março de 2013. A Bahia possui 32 mil profissionais de educação e, do total, 80% fizeram parte do movimento grevista, segundo a vice-coordenadora da APLB, Marilene Beltros.
A última remessa de pagamento dos salários dos professores, suspensos durante a greve, começou a ser feito no dia 14 de agosto, segundo a Secretaria de Educação da Bahia. O órgão afirmou que os valores referentes ao período de abril a julho foram liberados à medida que o calendário de reposição de aulas foi definido por cada escola. A vice-coordenadora da APLB, confirmou o recebimento do dinheiro pelos professores que ainda não haviam sido pagos.
As cinco cláusulas da categoria foram apresentadas ao governo no dia 1° de agosto. Os professores pediram a readmissão dos colegas demitidos durante o movimento; a retirada de processos administrativos contra professores em estágio probatório; o cancelamento dos processos judiciais contra o sindicato; o pagamento imediato dos salários cortados; o repasse do dinheiro da contribuição sindical e o retorno das negociações.
No dia 2 de agosto, o governo do estado respondeu à proposta apresentada pela APLB-BA acatando as solicitações referentes às demissões, processos administrativos, corte dos salários dos professores e repasses das contribuições sindicais. O governo incluiu ainda a parte financeira, que não foi citada na proposta dos professores.
A proposta salarial do governo mantém o reajuste cedido este ano com variação entre 6,5% e 11,5%, além de conceder aos professores licenciados da carreira de Magistério, por meio de curso de atualização, promoções com ganho de 7% em novembro deste ano e 7% em março de 2013.
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