Conar diz que Peugeot tem de mudar final de anúncio sobre estagiário

Na propaganda, estagiário não recebe ajuda de colegas após ser pisoteado.
Órgão recomendou mudar final ou manter comercial fora do ar.

Do G1, em São Paulo

Por considerar a propaganda desrespeitosa aos estagiários, o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) determinou que a Peugeot mantenha fora do ar ou mude o final da propaganda em que um estagiário é atropelado ao abrir as portas da concessionária e não é socorrido pelos colegas mais velhos.

A campanha recebeu 120 reclamações de que seria ofendensiva aos estagiários, por parte de consumidores, centro de integração empresa e escola e da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Comércio e Seviços da Confederação Única dos Trabalhadores (Contracs-CUT). Com a decisão do Conar de alteração, a empresa terá de mudar o fim da propaganda, se quiser mantê-la no ar.
A Contrax conseidera que o comercial desqualificou a profissão. "Recebemos reclamações de pessoas de nossa base. Entendemos que o estagiário entra para se qualificar, hoje é o primeiro emprego em várias profissões e ele pode se desmotivar ao ver uma propaganda como essa em que os outros funcionários riem enquanto ele é pisoteado. Isso menospreza um cidadão", diz o presidente da Contacs, Alci Matos.
A propaganda foi julgada em terceira instância pelo Conar na semana passada e a decisão de suspensão foi mantida, ainda que não por unanimidade. O comercial está fora do ar desde que foi condenado na 1ª instancia, em maio. A empresa recorreu da decisão por duas vezes, segundo o órgão, e recebeu agora decisão definitiva.
O Conar julgou apenas o comercial em que o estagiário é incentivado pelos colegas a abrir a concessionária com os clientes aguardando à beira do desespero para comprar. Sem se dar conta da situação, ele abre a porta e é atropelado, mas os colegas de empresa não o socorrem e ainda terminam o comercial saindo para almoçar.
Não houve reclamações à segunda parte da campanha, em que o estagiário é incentivado a atender uma senhora idosa que está, na verdade, comprado um carro para sua neta, o que faz com que ele termine o comercial saindo para almoçar com a moça.