MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 1 de julho de 2012

Em 18 anos de Plano Real, Pará tem a alimentação entre as mais caras


Custo da alimentação básica sempre esteve entre as maiores do país.
Mesmo com a crise, houve crescimento nos empregos gerados no PA.

Do G1 PA

Em julho de 1994, Itamar Franco, à direita, mostra cédulas do real ao lado de Rubens Ricupero, que substituiu FHC como ministro da Fazenda. Com o apoio de Itamar, Fernando Henrique Cardoso usou o Plano Real para se eleger presidente no mesmo ano. (Foto: Ed Ferreira/Arquivo/AE)Em julho de 1994, Itamar Franco, à direita, mostra
cédulas do real ao lado de Rubens Ricupero, que
substituiu FHC como ministro da Fazenda. Com o
apoio de Itamar, Fernando Henrique Cardoso usou
o Plano Real para se eleger presidente no mesmo
ano. (Foto: Ed Ferreira/Arquivo/AE)
O Plano Real completa 18 anos neste domingo (1º). Nesse período, a economia brasileira tem passado por várias mudanças. Estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio Econômicos do Pará (Dieese/PA) destaca no estado a geração de emprego e o custo de vida como exemplos da trajetória econômica nestes 18 anos.
Nestes 18 anos de Real, o custo da alimentação básica no Pará sempre esteve entre as maiores do país. A cesta básica de alimentos dos paraenses, composta de 12 produtos, pesquisada na Região Metropolitana da grande Belém aumentou de R$ 62,95 (em julho de 1994) para cerca de R$ 250,00 (em maio de 2012), o que representa uma variação de cerca de 298,00%.
Já a trajetória da geração de empregos, a crise tem atingido o estado de forma diferenciada de outras regiões do pais. No Pará houve um crescimento no número de empregos gerados, que foi recorde, chegando a 54 mil postos de trabalhos formais. Mesmo com os problemas da crise, os empregos continuaram crescendo atingindo cerca de 52 mil postos de trabalhos. Para 2012, a estimativa do Dieese é que o estado possa gerar em 2012 cerca de 50 mil postos de trabalhos.
Empregos
Setor Mineral é um dos responsáveis pela geração de empregos no interior do estado (Foto: Divulgação)Mesmo com a crise, geração de empregos no Pará
foi recorde (Foto: Divulgação)
No final de 2002 a inflação voltou a crescer, e aumentam as incertezas quanto aos rumos da política econômica a serem seguidos pelo novo governo que emergeria das eleições presidenciais. A taxa de inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, calculado pelo IBGE) atinge, em maio de 2003, 20,5% em doze meses.
O desemprego cresceu de modo acentuado nos principais centros urbanos, inclusive no Pará até o início dos anos 2000. Esse crescimento ocorreu, sobretudo, porque a geração de postos de trabalho foi insuficiente para absorver o volume de pessoas que passam a integrar a força de trabalho. Esse processo é acompanhado de queda da renda, sobretudo daqueles trabalhadores com salários mais elevados.
Nos últimos 18 anos, mesmo com todos os problemas de ordem conjuntural e estrutural, o emprego com carteira assinada cresceu gigantescamente em todo o Pará. Em termos globais foram gerados em todo o Estado em 1994 (inicio do Real) cerca de 3 mil postos de trabalhos, em 2011 chegamos a um crescimento recorde de 52 mil postos de trabalhos.
A partir de 2005, houve momentos de altas e de quedas na economia, principalmente entre 2008 e 2009 em função da crise econômica internacional e com isso aumento do desemprego. Com o fim da crise de 2010, mostrou-se o melhor desempenho da economia nacional com crescimento do PIB do estado em torno de 7% e uma geração recorde de empregos formais de cerca de 2,5 milhões em nível nacional.
No Pará também houve um crescimento no número de empregos gerados, que foi recorde, chegando a 54 mil postos de trabalhos formais.
Em 2011, com a nova crise internacional novamente a economia nacional teve resposta muito ruim crescendo apenas 2,7% e o número de empregos gerados ficou na casa dos 2 milhões. No Pará, mesmo com os problemas da crise, os empregos continuaram crescendo atingindo cerca de 52 mil postos de trabalhos.
Segundo o Dieese, para 2012, com o agravamento da crise internacional, as estimativas de crescimento ainda são tímidas em nível nacional. No Pará, a estimativa do Dieese é que o Estado possa gerar em 2012 cerca de 50 mil postos de trabalhos. Em outras palavras até agora a crise tem atingido o estado de forma diferenciada de outras regiões do pais .
Alimentação básica
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Valor da cesta básica variou 4,7% no mês de maio em São Luís (Foto: De Jesus/O Estado)Alimentação do paraense foi uma das mais caras
nestes 18 anos (Foto: De Jesus/O Estado)
A alimentação básica subiu muito em todo o Brasil nestes 18 anos de Plano Real, principalmente em 2002 e 2003 quando os custos da alimentação tiveram associados à valorização cambial, segundo o balanço nacional da cesta básica feito pelo Dieese em 17 capitais.

No Pará, a situação não foi diferente.Nesse período, o item alimentação contribuiu com parcela significativa da inflação no Pará.
Nestes 18 anos de Real, o custo da alimentação básica sempre esteve entre as maiores do país. Entretanto, neste mesmo período alguns itens da cesta básica tiveram aumentos bem superiores a esta variação. Os reajustes mais significativos na alimentação básica dos paraenses verificados pelo Dieese/PA nestes 18 anos de Plano Real foram os seguintes:
- Farinha de Mandioca, com um reajuste de 653,66%
- Feijão, com alta acumulada de 447,27%
- Carne Bovina, com alta de 348,89%
- Banana, com alta de 306,59%
- Tomate, com alta de 298,57%
- Manteiga, com alta de 296,31%
- Leite, com alta de 271,21%
- Pão, com alta de 255,56%
- Açúcar, com alta de 210,75%
- Óleo de cozinha, com alta de 202,56%
Apesar dos aumentos registrados nestes produtos, o trabalhador que ganha salário mínimo está conseguindo comprar a cesta báscia com mais facilidade: o tempo de trabalho necessário para comprar os 12 itens, que era de 213h e 45min (em julho de 1994), caiu para 88h e 38min (em maio de 2012). O motivo foi o aumento do valor do salário mínimo, que cresceu mais que o preço dos produtos no mesmo período, resultado em maior poder de compra para o paraense.

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