Parceiros surpreendem namoradas com declarações inovadoras de amor

Baiana teve sala de cinema reservada para pedido de noivado em Israel.
Diarista recebeu casamentos surpresa em Salvador e Brasília.

Danutta Rodrigues e Ida Sandes Do G1 BA

Há quem diga que não é todo mundo que gosta de ser surpreendido, mas que qualquer um gosta de um agrado, isso sim é praticamente uma unanimidade. Neste Dia dos Namorados, o G1 foi atrás de histórias de noivas que foram surpreendidas pelos parceiros e que talvez possam inspirar muitos casais apaixonados a demonstrar o amor com um toque de surpresa.

Alejandro reservou sala de cinema para
surpreender Raquel (Foto: Raquel Rechtman/
Arquivo Pessoal)

Plano mirabolante
O que parecia ser uma simples sessão de cinema se tornaria um dos dias mais marcantes e inesquecíveis na vida da publicitária baiana Raquel, de 28 anos. Ela foi surpreendida com um pedido de casamento bastante inusitado do namorado, o administrador de empresas argentino Alejandro Apesoa, de 29 anos, em setembro de 2010. Segundo ele, seu desejo sempre foi pedir Raquel em casamento de uma maneira inesquecível. “Eu sabia que seria difícil e talvez custasse muito dinheiro. Cheguei a pensar em saltar de parapente ou paraquedas, mas eu sofro de vertigem”, lembra aos risos.
O casal mora na cidade de Jerusalém, em Israel, e se conheceu em 2007, assim que chegaram ao país. Moraram em um centro de absorção de imigrantes com pessoas de diversas nacionalidades, onde a convivência era intensa. Com um mês juntos já diziam “eu te amo” e se chamavam de “meu amor” e “mi amor”. Após cinco meses de namoro, decidiram morar juntos, mas não sozinhos. Passaram a dividir um apartamento com uma amiga, e três anos depois, decidiram, finalmente, morar sozinhos. “Eu só me mudaria sozinha com ele com um anel no dedo. Já tinha até mostrado para ele uma foto do anel que eu gostaria que ele me desse”, conta Raquel.
Já que essa era a condição colocada por Raquel e Alejandro queria algo inesquecível, ele precisava de uma boa ideia. Seus olhos brilharam quando lhe sugeriram alugar uma sala de cinema e surpreender Raquel com um "filme diferente". "Hoje em dia, para fazer uma grande coisa, um grande projeto, você precisa de um time. Sozinho geralmente não vai para lugar nenhum”, revela. Alejandro arranjou uma sala de cinema, “a parte mais difícil do plano” segundo ele, e contou com a ajuda da irmã e do cunhado na produção de um filme sobre a rivalidade entre brasileiros e argentinos.

Raquel exibe aliança após pedido de noivado
(Foto: Raquel Rechtman/ Arquivo Pessoal)

O grande dia
“Um dia, Ale comentou comigo que teríamos um evento do trabalho dele na Cinemateca, uma sala de arte em Jerusalém. O pessoal do trabalho dele sempre nos convida para peças de teatro, então nem desconfiei", lembra Raquel.
O casal chegou ‘atrasado’ à sessão e havia um ‘lanterninha’ na porta, que o colocou para sentar em uma das primeiras filas. "Fiquei irritada porque não gosto de sentar na frente. Reclamei, mas Ale disse ‘já chegamos atrasados, não vai reclamar agora! Fica quieta!’", conta Raquel. "Vi que numa fila atrás da gente estava um amigo nosso que trabalha no restaurante da Cinemateca e mandei uma mensagem para o celular dele. ‘Nós estamos vendo o mesmo filme!’. Ele riu", relata.
Um filme argentino começou a passar e Raquel teve a sensação de que já havia assistido, mas foi interrompida pelo noivo, que insistiu para que ficasse quieta. "Depois de alguns minutos, apareceu na tela algo como um ‘erro’ e uma contagem regressiva. De repente, começou outro filme, um filme sobre a gente! Depois dos primeiros cinco minutos, percebi o que estava acontecendo, e comecei a chorar. Foram mais ou menos 40 minutos chorando como uma louca. No fim do filme, ele me pediu em casamento, as luzes se acenderam e atrás da gente estavam todos os nossos amigos no cinema. Aceitei o anel, disse sim aos prantos, e fomos jantar no restaurante da Cinemateca olhando a vista da Cidade Velha de Jerusalém. Foi lindo demais!”, relata emocionada o ocorrido.

Vida de noivos
Após o pedido, em setembro de 2010, os dois passaram a morar juntos e sozinhos, ainda em Jerusalém. A emoção e a surpresa, além das fotos e recordações do momento, não foram as únicas coisas que marcaram o casal depois do pedido inusitado. Segundo Raquel, ela começou a respeitá-lo e vê-lo de outra forma. “No nosso relacionamento, sou eu quem faz coisas grandiosas, move as pessoas, faz festas grandes. Não esperava que ele fosse capaz de fazer isso sem minha ajuda”, confessa aos risos.

Eles fizeram o casamento civil em dezembro do ano passado, em Salvador, e no próximo dia 22, se casarão em uma cerimônia religiosa em Israel. “Depois você se casa e a cerimônia ou a festa sempre são mais ou menos parecidas. Eu sei que também é um momento único, mas o pedido de casamento é um momento igualmente especial para fazer alguma coisa diferente, se deixar levar pela imaginação”, avalia Alejandro, que não se considera o homem mais romântico do mundo. Para quem também quer surpreender a parceira, Alejandro aconselha: “Você tem que ter certeza de que ela dirá sim”.

Gleice teve festa preparada por Antônio
(Foto: Gleice dos Santos/ Arquivo Pessoal)

Casamento surpresa
Para algumas mulheres, o casamento é a realização de um sonho. Escolher o vestido de noiva, organizar a festa de recepção, as cerimônias religiosa e civil, entre outros preparativos, normalmente são vivenciados com grande expectativa pelos noivos, principalmente pelas noivas. Porém, com a diarista Gleice dos Santos, de 29 anos, a história foi diferente. Decepcionada com o cancelamento da cerimônia em novembro de 2011, a jovem foi surpreendida pelo namorado e agora marido, o pedreiro Antônio dos Santos, de 38 anos, com a realização de dois casamentos surpresa em abril deste ano.
Idas e vindas
A história de Gleice e Antônio começou quando ela tinha 13 anos de idade e ele 23. O namoro entre a adolescente e o rapaz foi cheio de altos e baixos, a começar pela diferença de idade. A primeira vez em que ficaram juntos não durou muito tempo. Porém, após o primeiro término, o casal ainda voltou a namorar quando a jovem completou 18 anos. “Algumas vezes nós chegamos a voltar, mas também não deu certo. Eu cheguei a namorar com outras pessoas, mas eu ainda amava ele. Depois de oito anos, no dia 1º de abril de 2009, ele me ligou e me convidou para um encontro no shopping”, conta a jovem que logo de primeira recusou o convite, mas depois resolveu encontrá-lo. “Até achei que fosse brincadeira, mas resolvi ir até ele. Chegando lá, decidimos voltar”, revela.
Desde então, Gleice e Antônio sempre pensaram em casamento, mas o pedido oficial do noivo ainda não tinha acontecido. Em 27 de outubro de 2010, Gleice resolveu alugar e pagar aos poucos o próprio vestido de noiva. “O mais engraçado é que eu ainda não tinha ficado noiva. Mas mesmo assim escolhi e resolvi alugar para ir pagando aos poucos o aluguel”, conta a diarista.
No início de 2011, Antônio resolveu pedir Gleice em casamento e marcaram a cerimônia para o dia 12 de novembro de 2011. Com todos os preparativos encaminhados, a mãe da jovem sofreu um acidente próximo à data do casamento e, por conta disso, Antônio resolveu cancelar a cerimônia. “Eu já estava desacreditada. Achava que ele não queria mais casar”, lembra. Mas em abril deste ano, a diarista foi surpreendida pelo noivo com duas surpresas. “Para quem não tinha nenhum casamento, ganhei logo dois”, brinca.

A entrada de Gleice na igreja, após a surpresa
preparada pelo parceiro (Foto: Gleice dos Santos/
Arquivo Pessoal)

Dia do “sim”
Gleice conta que em uma excursão para Brasília, ela foi surpreendida com o próprio casamento. “Nós fizemos uma viagem à Brasília com uma excursão cheia de amigos da igreja que frequentamos. Quando chegamos lá, minha irmã me falou que era o dia do meu casamento religioso e que eu precisava me vestir”, conta a diarista, que não imaginava que a surpresa maior ainda seria em Salvador.
Três dias depois, já de volta à capital baiana, Gleice seria surpreendida mais uma vez. Agora o casamento era civil e ainda contou com uma festa de recepção realizada no bairro da Ribeira. “O que me marcou mesmo foi o casamento aqui em Salvador. Nesse casamento é que estava todo mundo. Todos os meus amigos e familiares. Foi muita emoção. Eu fiquei muito nervosa, mais do que em Brasília”, emociona-se. Gleice ainda revela que em nenhum momento chegou a desconfiar da surpresa do marido. “Pra mim foi único. Eu não esperava. Foi um presente dele, um presente de Deus. Eu ficava me perguntando se aquele casamento era meu mesmo”, conta.
Preparativos
O “primeiro” casamento, realizado em Brasília, contou com a presença dos amigos e também da irmã de Gleice, que ajudou o marido da jovem a realizar as duas surpresas. O autor da façanha declara que o objetivo com a surpresa era inovar. “A gente já namorava há muito tempo e eu queria despertar um amor maior dela por mim e acho que consegui”, revela Antônio.
De acordo com o noivo, os preparativos para as surpresas começaram no final de janeiro deste ano. “Evitei falar com o mínimo de pessoas possível. Convidei todo mundo em cima da hora e um por um. Além disso, mandei as pessoas não comentarem nada com ela porque era surpresa”, conta Antônio. Pelo menos o vestido de noiva foi Gleice quem escolheu. “Apenas resgatei o mesmo que ela havia alugado desde 2010”, diverte-se o noivo.