G1 visitou centros de atendimento médico em oito cidades avaliadas.
Mesmo nas que tiveram boas notas, usuários fazem reclamações.
O G1 visitou hospitais de oito das cidades que se destacaram no ranking divulgado pelo governo, e entrevistou pacientes que buscavam atendimento médico. A longa espera foi a principal reclamação ouvida em postos médicos da rede pública de Vitória, Curitiba, Ribeirão Preto e Arco Íris – que ficaram nos primeiros lugares da lista. Já nas cidades com pior avaliação - Fortaleza, Rio de Janeiro, Distrito Federal e João Pessoa-, as reclamações incluem falta de leitos, fila de pessoas no chão do hospital, alagamentos dentro dos locais de atendimento e uma situação que “parece que houve a terceira guerra mundial”, segundo uma paciente ouvida em Fortaleza.
As mais bem avaliadas
Vitória - Em dois centros de pronto-atendimento de Vitória (ES), vários pacientes contestaram a posição da cidade no topo do ranking divulgado pelo governo. A principal reclamação ouvida foi a respeito da espera, que passava de duas horas para alguns pacientes. "Estou há mais de 3 horas esperando ser atendida, com muita dor no pé", disse a dona de casa Jamara Batista.
Curitiba - O tempo de espera também é a principal reclamação em Curitiba, que ficou em segundo lugar no ranking. Nos Centros Municipais de Urgências Médicas (CMUM), os adultos precisavam esperar três horas e vinte minutos para serem atendidos. A comerciante Maria Sueli Firmino Moraes esperou uma hora e meia para que sua mãe, de 82 anos, fosse atendida.
Capitais (Grupo 1) | IDSUS 2012 |
---|---|
Vitória | 7,08 |
Curitiba | 6,96 |
Florianópolis | 6,67 |
Porto Alegre | 6,51 |
Goiânia | 6,48 |
Belo Horizonte | 6,40 |
São Paulo | 6,21 |
Campo Grande | 6,00 |
São Luís | 5,94 |
Recife | 5,91 |
Natal | 5,90 |
Salvador | 5,87 |
Teresina | 5,62 |
Manaus | 5,58 |
Cuiabá | 5,55 |
João Pessoa | 5,33 |
Fortaleza | 5,18 |
Brasília | 5,09 |
Maceió | 5,04 |
Belém | 4,57 |
Rio de Janeiro | 4,33 |
Arco-Íris - Cidade de SP com 1.925 habitantes não vive a realidade de filas para conseguir senha, espera de horas pelo atendimento médico e outros problemas comuns na saúde pública em boa parte do país.
As mais mal avaliadas
Rio de Janeiro – Longas filas de espera, equipamentos quebrados e falta de profissionais são as principais reclamações de pacientes que procuram por atendimento médico nos hospitais da rede municipal de saúde do Rio. O G1 visitou duas das maiores emergência da rede pública de saúde carioca. Segundo parentes de pacientes, em alguns casos, o atendimento é feito em corredores e em macas no chão, ou até mesmo em cadeiras.
Distrito Federal - A capital recebeu a segunda pior nota no ranking de avaliação do sistema público de saúde. No Hospital de Base de Brasília, principal instituição da rede pública no DF, pacientes disseram que chegam a esperar atendimento sentados no chão.
Fortaleza - Os pacientes e familiares do Hospital Geral de Fortaleza, no Ceará, descrevem a sala improvisada de atendimento na recepção do hospital como um "cenário de guerra". No hospital, uma das alas do hospital é chamada entre os pacientes e visitantes como "piscinão", devido à lotação. Ainda de acordo com os pacientes, quando chove, a água invade a sala e molha os internos.
João Pessoa - Pacientes que dependem do SUS para se tratar em João Pessoa sofrem por conta da falta de medicamentos e de equipes médicas, além de enfrentar a superlotação dos princiapais hospitais públicos e até uso indevido de ferramentas domésticas em procedimentos cirúrgicos.
Lotação em sala improvisada para atendimento de pacientes em hospital de Fortaleza é chamada por pacientes e visitantes de "piscinão" (Foto: André Teixeira/G1)
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