Mães com bebês doentes esperam horas por consulta em hospital de BH

Médicos do Hospital Infantil João Paulo II reduziram atendimento.
Fhemig diz que categoria não aceitou proposta de reajuste.

Do G1 MG

Mães com os filhos doentes enfrentaram um drama à espera de atendimento no Hospital Infantil João Paulo II, o antigo CGP, em Belo Horizonte. Muitas passaram horas na fila para conseguir uma consulta na noite desta quarta-feira (28) e durante toda a quinta (29). Os médicos reivindicam melhores condições de trabalho e reduziram o número de atendimentos em protesto. Com a redução, uma criança é atendida por hora.
Na entrada, uma faixa diz que a redução aconteceu desde 25 de outubro do ano passado. Segundo o Sindicato dos Médicos de Minas Gerais, os profissionais também pedem mais contratações com aumento de salário para evitar que os concursados deixem o trabalho por causa de remuneração baixa.
Uma avó com neto de oito meses diz que esperou cinco horas por atendimento. “Ele já está há dois dias queimando de febre, vomitando, sem se alimentar. Eu acho que era um caso que tinha que ser priorizado”, disse. Muitas mães permaneceram na unidade de saúde sem saber se os filhos seriam atendidos. As crianças passavam por uma triagem e recebiam uma pulseira indicando a urgência do caso. Mesmo dentro da classificação de risco, muitas estavam na fila de espera.
Na noite desta quarta-feira (28), a interdição do banheiro também causou indignação. Na manhã de hoje, o sanitário estava aberto.
A Fundação Hospitar de Minas Gerais (Fhemig) informou que fez uma proposta de reajuste salarial, mas os médicos do Hospital João Paulo II não aceitaram. Informou ainda que mantém processo seletivo aberto para contratação imediata de profissionais e plantões extras. Um novo concurso público será feito, neste ano, para a contratação de pediatras e outras especialidades médicas e também foi descartado o fechamento de outras unidades de atendimento infantil.