MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 31 de março de 2012

Manifesto em Fernando de Noronha pede proteção para manguezais


Moradores e turistas protestaram contra o texto do novo Código Florestal.
Ação terminou com abraço simbólico ao único mangue do arquipélago.

Ana Clara Marinho Da Globo Nordeste
Manifesto em defesa dos manguezais, em Fernando de Noronha (Foto: Ana Clara Marinho / Globo Nordeste)Manifestantes dançam ciranda durante protesto
Foto: Ana Clara Marinho / Globo Nordeste)
Representantes de entidades de preservação ambiental, moradores e turistas participaram de um manifesto em Fernando de Noronha, neste sábado (31). A ação pede a defesa dos mangues em todo o Brasil e protesta contra o novo Código Florestal, que está tramitando no Congresso. Os ambientalistas criticam o texto da nova lei, que pode liberar até 35% dos manguezais para o cultivo de camarão. ”Precisamos proteger nossas florestas, ameaçadas pelos políticos. Esse deveria se chamar novo código rural e não florestal”, opinou o professor Universidade de Pernambuco (UPE) Clemente Coelho, especialista em estudo dos mangues e organizador do evento.

Com faixas e cartazes, os simpatizantes da causa fizeram uma passeata pela rodovia BR-363, acompanhados pelo batuque do Maracatu Nação Noronha e ao som das músicas de Chico Science. Eles seguiram até a Praia do Sueste, onde está localizado o único mangue em ilhas oceânicas do Atlântico Sul. Esse mangue tem ao todo um hectare e está na área do Parque Nacional Marinho.

O turista Cláudio Moraes, do Rio de Janeiro, disse que soube do protesto e resolveu participar. "Eu não tinha conhecimento da alteração da lei, soube aqui em Noronha, por isso achei importante vir ao ato”, disse o visitante. Thânia Brito é moradora da ilha. Ela também não tinha informações sobre a mudança no Código, mas foi convidada a aderir à causa a aceitou. “Eu conduzi uma faixa, estou com o braço dolorido, mas valeu a pena”, comemorou a moradora.

No Sueste, os participantes dançaram ciranda, cantaram e deram um abraço simbólico no mangue. O padre Glênio Guimarães também participou do ato, pediu paz e uniu todos ao rezar um Pai Nosso. O religioso rogou pela preservação do meio ambiente. O manifesto, que começou com pouco mais de 20 integrantes, conseguiu juntar quase 300 pessoas no final.
Os manifestantes foram convidados para ver a abertura de um ninho de tartarugas, também na Praia do Sueste. Esta é a primeira vez, desde a criação do Projeto Tartarugas Marinhas (Tamar), em 1984, que os pesquisadores registram o nascimento de tartarugas nesta praia. “Este ninho levou 58 dias para eclodir e isso aconteceu logo hoje, data do manifesto. É um sinal da natureza” disse Rafael Robles, coordenador do Tamar.

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