Redação Folha Vitória
São Paulo - Liberado pela equipe médica a retomar gradativamente a atividade política, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que na quarta-feira foi informado da remissão completa do tumor na laringe, já escolheu o principal alvo de ataques nesta eleição: o pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, o ex-governador José Serra. "Serra é um político de ontem com ideias de anteontem", disse o ex-presidente nesta quinta a interlocutores.O ex-presidente passou por outra sessão de fonoterapia hoje, 29, no hospital Sírio-Libanês. Enquanto se recupera do desgaste do tratamento de cinco meses, aliados contam que Lula se prepara para o embate eleitoral "afiando a língua". A escolha de Serra como alvo preferencial é uma forma de tentar alavancar a candidatura de seu apadrinhado Fernando Haddad, pré-candidato do PT na capital. Além de estar na lanterna das pesquisas de intenção de voto, a candidatura do petista não consegue arregimentar apoiadores.
A cúpula do PT, inclusive, traçou uma estratégia para pressionar a ex-prefeita e senadora Marta Suplicy a entrar logo na campanha, mas a petista reagiu e, conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo hoje, disse que cabe ao próprio candidato do PT "conquistar a militância e gastar sola de sapato".
No último domingo, dia em que o PSDB escolheu seu candidato, Lula pediu o apoio do PSB do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, à campanha de Haddad na capital.
Ávido para retomar suas atividades sem o penoso tratamento contra o câncer, Lula avisou aos aliados que vai voltar a percorrer o País em meados de abrir, após o retorno das férias marcadas para a próxima semana. "Ele está doido para andar o Brasil", contou o senador Jorge Viana (PT-AC), após visitar o ex-presidente ontem, acompanhado do líder do PT no Senado, Walter Pinheiro (BA).
No PT, já se fala na preparação de um "grande evento" em abril para comemorar a recuperação de Lula. "O ganho dele merece várias comemorações", pregou Viana.
Lula também recebeu nesta quinta a visita do governador do Rio, Sergio Cabral, e do prefeito Eduardo Paes. À tarde, falou com o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, por telefone.
O ex-presidente conversou por duas horas no Instituto Lula com os petistas Pinheiro e Viana. Mesmo com a voz ainda debilitada, insistiu em ouvir os relatos sobre a crise entre o governo e a base aliada. "Ele quis saber de tudo, quis saber como pode ajudar", disse Viana. Lula avisou que vai a Brasília conversar com as bancadas do PT e da base de apoio do governo.
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