Paulo informou que documentos eram de responsabilidade do advogado.
Ele acredita que todos motivos podem ter causado o desmoronamento.
Síndico Paulo Renha prestou depoimento nesta
sexta-feira (27) (Foto: Lívia Torres/G1)
O síndico do prédio de 20 andares que desabou no Centro do Rio de Janeiro na noite de quarta-feira (25) prestou depoimento de três horas na 5ª DP (Mém de Sá) nesta sexta-feira (27). Paulo Renha disse que a obra que estava sendo feita no nono andar era para modernização do prédio e reforma. "O edifício Liberdade tinha 73 anos, era normal que tivesse reforma", disse. Outros dois prédios também desabaram, um de 10 andares e outro de quatro, que ficavam ao lado.sexta-feira (27) (Foto: Lívia Torres/G1)
Sobre a documentação necessária para realizar as obras no prédio, o síndico afirmou que deixou o advogado do condomínio responsável por checá-las.
"O doutor Geraldo, que é um advogado da maior competência, sabe o que tinha que fazer na parte de documentação. E eu pedi a ele que tomasse as providências necessárias, e eu tenho certeza que elas foram tomadas", disse.
O síndico afirmou não saber o que causou o desmoronamento. "Pode ter sido lençol freático, pode ter sido uma bomba que estourou, pode ter sido desmoronamento. Eu não sou técnico. Tanto que até agora, há varias divergências sobre o que pode ter acontecido."
Sérgio Alves, sócio da empresa TO - Tecnologia Organizacional, afirmou em entrevista coletiva realizada no fim da tarde desta sexta que as obras que estavam sendo realizadas no 3º e no 9º andares do edifício Liberdade não provocaram a queda.
"Tenho certeza de que as obras não abalaram as estruturas. Era uma reforma interna, para adequação do espaço. Trocamos o piso, removemos as divisórias e as paredes do banheiro, que não eram estruturais, pois eram feitas de tijolo", destacou o empresário.
Segundo ele, um engenheiro havia sido contratado para fazer o laudo na obra do 3º andar, mas o documento teria se perdido com o desabamento. O mesmo engenheiro faria ainda um outro laudo sobre a reforma do 9º andar, mas, por um problema de família, teria atrasado a visita.
"Dissemos ao síndico que atrasaríamos a obra por 15 dias, mas ele disse que poderíamos entregar o laudo depois", revelou Sérgio.
Depoimento do operário
Também nesta sexta, após quatro horas de depoimento, o ajudante de obras Alexandro da Silva Fonseca, que se refugiou em um elevador e escapou com vida dos desabamentos contou a jornalistas na porta da delegacia o que falou no depoimento: como estava o trabalho e as obras dentro do prédio de 20 andares que caiu, e do qual Renha era síndico. "Nós estávamos retirando o carpete do andar, foi isso que nós fizemos," disse.
Alexandro chegou a dizer que não tinha quebrado nenhuma parede na obra, contradizendo a informação dada mais cedo no local do desabamento de que havia quebrado uma parede do banheiro, mas depois voltou atrás e disse que havia quebrado uma parede de tijolos no banheiro.
Polícia abre inquérito
A Polícia Civil abriu inquérito para apurar as responsabilidades do desabamento. Na quinta-feira (26), o titular da 5ª DP (Mem de Sá), delegado Alcides Alves Pereira, ouviu sete testemunhas e dois policiais que prestaram socorro às vítimas logo após o colapso das estruturas.
O desabamento ocorreu por volta das 20h30 de quarta. Um prédio de 20 andares, outro de 10 e um imóvel de cinco pavimentos ficaram em ruínas. O trânsito nas ruas situadas nas imediações do Theatro Municipal permanece interditado.
No momento da tragédia, testemunhas disseram ter ouvido a estrutura do edifício estalar antes de ir ao chão. Sobreviventes relataram momentos de desespero. Um vídeo de câmera de segurança mostrou correria na avenida antes de a poeira do desabamento tomar a região.
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