Secretário de Saúde do Ceará diz que falta definir novas fontes para o SUS.
Atendimento a clientes de planos particulares também foi discutido.
No Hospital Geral de Fortaleza (HGF), um dos maiores do estado do Ceará, pode-se observar contradições que o SUS não consegue resolver. Segundo a direção dos hospital, por falta de leitos, 70 pacientes estão em macas nos corredores da emergência do HGF nesta sexta (30). Ao mesmo tempo, o HGF é um dos hospitais públicos do Ceará que realizam cirurgias complexas que nem os planos de saúde cobrem, como os transplantes.
HGF
Uma média de 5 mil atendimentos por mês são realizados na emergência do HGF. O agricultor Wilson Mateus da Silva chegou com um problema no olho, mas pela quarta vez vai voltar para casa no interior do Ceará sem passar pelo consultório médico. "Melhor ficar logo para morrer lá, porque a gente vem para cá e é só para gastar dinheiro e não resolver nada", reclama Silva.
Segundo a direção, o caso não tem o "perfil" do hospital, como muitos outros. O diretor da emergência do HGF, Romeo Araújo, diz que em 12 horas o hospital atende em média 200 pacientes. "Nós devíamos estar atendendo hoje no HGF em torno de 60 pacientes em 12 horas", diz Araújo.
Debate
Os direitos de quem tem planos de saúde também são alvos de debate. Atualmente, os hospitais credenciados aos planos dispõem de menos de 127 mil leitos para mais de 46 milhões de usuários. A situação, segundo o representante da Comissão de Saúde da OAB-CE, Ricardo Madeiro, reforça a importância da Agência Nacional de Saúde (ANS). "Essa é a função da ANS. Ela é um órgão regulador do sistema e tem de ter finalidade precípua do bom atendimento ao usuário", diz Madeiro.
A promotora de Defesa da Saúde Pública do Ceará, Isabel Porto, defende que o atendimento à saúde é obrigação constitucional do governo. "A gente tem de lembrar sempre que a saúde não é uma benesse do governo, não é dádiva do governo, mas sim uma obrigação constitucional que tem de estar bem resolvida neste país".
O sescretário de Saúde do Ceará, Arruda Bastos, reconhece que exitem problemas de gestão, mas alega que a principal causa do mau atendimento no SUS é a falta de recursos. "Falta financiamento, mas principalmente definir fontes novas e alternativas de financiar a grande estrutura da saúde pública do Brasil", diz.
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