Cidades produtoras de petróleo ganham dinheiro, mas têm péssimos serviços de saúde e educação

 

A comentarista Eliane Cantanhêde lembrou que, em Presidente Kennedy, no Espírito Santo, um terço dos domicílios não tem água encanada e saneamento básico. A votação sobre a divisão de royalties do pré-sal foi adiada para o fim de outubro.

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O Senado decidiu adiar para o fim de outubro a votação que vai decidir se vale ou não o veto do ex-presidente Lula à Emenda Ibsen, que prevê a partilha dos royalties do petróleo de forma igualitária entre estados produtores e não produtores. A briga por esses recursos já tirou do sério o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, preocupado com a perda de bilhões de reais em receita para o estado.
A questão que pouca gente discute trata da destinação desses recursos. Muito pouco é revertido para a população. Eliane Cantanhêde lembrou que cidades como Macaé e Campos, no Rio de Janeiro, e Presidente Kennedy e Linhares, no Espírito Santo, ganham muito dinheiro, crescem rápido, mas têm serviços de saúde, educação e saneamento básico péssimos. Segundo uma pesquisa citada por Eliane, em Presidente Kennedy, um terço dos domicílios não tem água encanada e saneamento básico. “Na década de 70, Macaé tinha 65 mil habitantes e hoje tem mais de 200 mil, e é considerada a capital nacional do petróleo, mas a divisão e a partilha para quem mais precisa ainda tem que ser muito discutida”, destacou Eliane.